O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), expressou na última quinta-feira (31/10) sua discordância em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, apresentada pelo governo federal.
Durante uma reunião em Brasília, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e coordenada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, Caiado declarou que a imposição de câmeras em policiais é uma “usurpação de poder” e defendeu a autonomia dos estados na gestão da segurança pública.
Caiado argumentou que a proposta da PEC, que sugere padronizar a segurança pública nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), ignora as especificidades da área e limita a atuação dos estados.
“Não vou colocar câmera em policial de alguma maneira. Somos eleitos pelo povo e temos a responsabilidade de manter uma corregedoria para coibir práticas irregulares e milícias, sem abrir mão de nossas prerrogativas”, afirmou o governador durante o encontro no Palácio do Planalto.
Para Caiado, o modelo sugerido pela PEC parte de uma comparação “equivocada” com o SUS, onde as ações em saúde são uniformes em todos os estados. Ele defendeu que a segurança pública exige abordagens diferentes em função das realidades locais e citou o Rio de Janeiro como exemplo. “Não se pode comparar o SUS com a segurança pública. Cada estado tem suas particularidades, e a inteligência das polícias locais é essencial para operações específicas. Esse engajamento não vai funcionar”, afirmou.
A proposta, que ainda está em fase de discussão, busca diretrizes unificadas para a segurança pública nacional. No entanto, Caiado e outros governadores manifestaram preocupações quanto à interferência do governo federal sobre as atribuições estaduais.
FONTE: Redação – Janayna Carvalho
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