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Velhice começa quando? Estudos dizem que estamos nos sentindo mais jovens

A ciência atual sugere que não existe um momento específico que define a passagem da meia-idade para a velhice, pois há grande variação individual. Portanto, é mais acurado avaliar a idade biológica, que se refere à condição das células e tecidos, do que a idade cronológica, que é baseada no tempo de vida.

Publicado no dia 22 de abril na revista Psychology and Aging, um estudo alemão indica que a percepção da velhice está mudando, com adultos de meia-idade e idosos se sentindo mais jovens do que seus pares de décadas passadas.

Isso pode ser atribuído à maior longevidade das pessoas e ainda a uma visão mais negativa do envelhecimento, especialmente no Ocidente, onde as pessoas adiam a velhice porque não querem entrar nessa fase, conforme explicou Markus Wettstein, pesquisador da Universidade Humboldt, em Berlim (Alemanha).

Quando a velhice começa?

O novo estudo aponta que, embora tenhamos avançado, ainda há debate científico sobre a natureza do envelhecimento e seu início. A medição do envelhecimento não é clara; a idade cronológica pode falhar como um marcador de velhice universal. Em contraste, o estudo sugere que a entrada na velhice pode variar conforme a percepção individual.

O processo de envelhecimento é influenciado por múltiplos fatores. A taxa em que envelhecemos pode ser acelerada por eventos significativos em nossas vidas, como exposição a estresse ou doenças prolongadas (crônicas), que podem impulsionar o avanço da nossa idade biológica.

Por três décadas, pesquisadores têm explorado diferentes métricas para desvendar com exatidão a idade biológica de um indivíduo. Elementos como a capacidade física, perfis lipídicos e danos ao DNA têm sido considerados biomarcadores potenciais. No entanto, ainda não se estabeleceu um método definitivo para medir o envelhecimento saudável.

Não é à toa que as populações que têm uma expectativa de vida maior pertencem aos centros mais desenvolvidos, não somente em função dos recursos disponíveis aos cuidados de saúde, mas também pela retaguarda social que essa população tem.
Maurício de Miranda Ventura, geriatra e presidente do Departamento Científico de Geriatria da APM (Associação Paulista de Medicina).

FONTE: UOL

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