Uma nova pesquisa mostrou que a tinta de tatuagem não fica apenas na pele. Os cientistas observaram que os pigmentos viajaram para os linfonodos de um camundongo em poucos minutos. Além disso, eles acompanharam esse processo por dois meses e notaram um acúmulo contínuo. Esse movimento constante provocou inflamação e morte de células importantes para a defesa do organismo. Por isso, o estudo reforça que o corpo reage de forma intensa ao contato com essas substâncias.

Impacto direto nas respostas de vacinas
Os pesquisadores também testaram vacinas na pele tatuada. A resposta impressionou. A vacina contra a Covid-19 da Pfizer-BioNTech gerou menos anticorpos no animal quando aplicada na região marcada. Já a vacina inativada contra a gripe provocou uma reação maior, possivelmente devido à inflamação existente. Embora o estudo ainda não tenha sido feito em humanos, os dados levantam dúvidas importantes sobre tatuagens recentes e imunização.
Estudo reforça pedidos de regras mais rígidas
O trabalho, publicado no periódico PNAS, traz novos elementos para um debate que cresce no mundo. Pesquisas anteriores já encontraram partículas de tinta em linfonodos humanos, o que indica um comportamento parecido. Mesmo assim, as tintas de tatuagem seguem com fiscalização muito mais fraca do que produtos médicos. Muitas delas contêm substâncias como negro de carbono e corantes azoicos, que migram facilmente pelo sistema linfático e permanecem no corpo por anos.
Outros estudos mostram riscos maiores de câncer
Pesquisadores de países como Suécia e Dinamarca encontraram sinais preocupantes. Um levantamento sueco com quase 12 mil pessoas identificou risco 21% maior de linfoma maligno entre indivíduos tatuados. O risco aparece com mais força nos primeiros dois anos após a tatuagem e retorna após uma década. Já o estudo dinamarquês analisou gêmeos e encontrou mais casos de melanoma, carcinoma de células escamosas e linfoma em pessoas com tatuagens grandes, especialmente quando ocupam mais que a palma da mão.
Especialistas pedem atenção e mais pesquisas
Os resultados não provam que a tinta cause doenças diretamente, mas mostram que o tema exige mais estudos. A popularidade das tatuagens cresce a cada ano e já alcança quase um terço dos adultos em vários países. Por isso, especialistas pedem mais cuidado e orientação. Até que novas regras avancem, os médicos recomendam buscar estúdios de confiança, conferir a procedência das tintas e evitar tatuar áreas extensas em intervalos curtos. As evidências já indicam que a tinta circula pelo corpo, provoca reações duradouras e merece atenção das autoridades de saúde.
Fonte: Redação
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