A Anvisa aprovou nesta quarta-feira (26/11) a Butantan-DV, a vacina brasileira de dose única contra a dengue. Assim, o imunizante se torna o primeiro produzido no país e, além disso, o único que protege com apenas uma aplicação.
Expectativa de entrada no SUS
O governo ainda não definiu a data para a chegada da vacina ao SUS. Contudo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou em junho que pretende iniciar o uso no começo do próximo ano.
Durante coletiva nesta quarta (26/11), ele explicou que quer acelerar todas as etapas. Por isso, ele disse que a equipe trabalha para usar o primeiro lote de 1 milhão de doses ainda em dezembro. Além disso, ele reforçou que busca antecipar parte das 35 milhões de doses previstas para 2025, evitando, portanto, que todas cheguem apenas no segundo semestre.
Caminho até a distribuição pública
O Butantan agora seguirá para a fase de definição de preço. Para isso, o instituto pedirá à CMED a autorização que fixa o valor máximo do imunizante no país. Ainda assim, o SUS oferecerá a vacina de forma gratuita para a população.
Logo depois, a Conitec analisará a inclusão da Butantan-DV no SUS. A comissão avaliará estudos, custo-benefício e a importância tecnológica do imunizante. Em seguida, após a aprovação, o governo terá até 180 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 90, para disponibilizar as doses.
Produção e logística
O Butantan informou que já pode iniciar a entrega das vacinas em 2026. Contudo, isso depende da estratégia e do cronograma definidos pelo Ministério da Saúde. Ainda assim, o instituto afirma que a Butantan-DV oferece segurança, proteção contra os quatro sorotipos e boa capacidade de uso em larga escala.
Como o Brasil vive a circulação simultânea de diferentes sorotipos, a chegada de um imunizante de dose única se torna ainda mais estratégica. Dessa forma, a vacina pode facilitar processos, acelerar a aplicação e ampliar a proteção. Inicialmente, a vacinação será destinada a pessoas de 12 a 59 anos.
Além disso, o Butantan já recebeu autorização para testar a vacina em adultos de 60 a 79 anos. Assim, a instituição pretende ampliar a faixa etária no futuro.
Especialistas reforçam a eficácia
O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm, explicou que os estudos acompanharam pacientes por mais de cinco anos e mostraram manutenção da proteção com apenas uma dose. Além disso, ele afirmou que os eventos adversos apareceram em números muito baixos. Dessa maneira, ele considera a vacina segura e com grande potencial para reduzir a dengue no país.
Fonte: Redação
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