Nova variante na China: alerta mundial para risco de pandemia

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Uma nova variante do vírus da gripe, identificada na China, acendeu o alerta para nova pandemia entre cientistas do mundo todo, porque eles acreditam que o influenza D (IDV), até então restrito a animais, pode ter começado a circular entre humanos.

O estudo, publicado em 10 de outubro na revista Emerging Microbes & Infections, mostra que o vírus está se adaptando para se transmitir entre pessoas. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Veterinária de Changchun, liderados por Hongbo Bao, analisaram uma cepa isolada em bovinos no nordeste da China em 2023 e detectaram sinais preocupantes.

Batizada de D/HY11, a variante se espalhou pelo ar em experimentos com animais e também se replicou em células do trato respiratório humano, reforçando a preocupação da comunidade científica.

Vírus avança silenciosamente entre espécies

Os pesquisadores identificaram o influenza D pela primeira vez em 2011, nos Estados Unidos, em suínos com sintomas gripais. Desde então, o vírus se espalhou para rebanhos bovinos e já atingiu vários continentes, incluindo América do Sul, Europa, Ásia e África. Além disso, os cientistas encontraram o vírus em cabras, ovelhas, cavalos, camelos e cães, o que demonstra sua ampla circulação entre mamíferos.

O estudo chinês revelou que o D/HY11 infecta mamíferos com facilidade e se adapta rapidamente às células respiratórias de diferentes espécies. Por isso, os cientistas alertam que o vírus pode ultrapassar a barreira entre animais e humanos, aumentando o risco de transmissão.

Nos testes de laboratório, o vírus se multiplicou rapidamente em células de cães, humanos, vacas e porcos. Quando os pesquisadores expuseram furões — modelo usado para estudar a gripe humana — ao D/HY11, o vírus se espalhou pelo ar de animais infectados para saudáveis, sem contato direto. Esse padrão indica que o vírus pode evoluir para se espalhar entre pessoas.

Alta exposição na população chinesa

Além dos experimentos, os cientistas analisaram amostras de sangue de 612 voluntários do nordeste da China, coletadas entre 2020 e 2024. Eles descobriram 73% de exposição na população geral e 96% entre pessoas com sintomas respiratórios.

Esses números indicam que o vírus pode circular silenciosamente há anos. Os pesquisadores afirmam que infecções leves ou assintomáticas ajudaram a disseminar o vírus sem detecção. Apesar desses indícios, os cientistas ainda não confirmaram transmissão direta do influenza D entre humanos.

Atualmente, nenhum país realiza testes de rotina para detectar o vírus, o que dificulta monitoramento. Por isso, os especialistas pedem vigilância global constante e mais estudos sobre a dinâmica de infecção e o risco potencial à saúde pública.

Variante mostra resistência a medicamentos

Os cientistas também testaram medicamentos antivirais usados contra a gripe comum. A cepa D/HY11 resistiu à maioria das drogas, mas reagiu melhor a compostos que agem na polimerase viral, o mecanismo que controla a replicação do vírus.

Além disso, eles observaram que a polimerase dessa variante apresenta maior atividade que nas versões anteriores, o que pode facilitar ainda mais a disseminação entre mamíferos.

Risco crescente exige atenção

Para os autores, as evidências mostram que o influenza D evolui rapidamente. Embora os especialistas não tenham registrado casos confirmados de transmissão sustentada entre pessoas, a alta taxa de exposição e a adaptação do vírus a diferentes espécies reforçam a necessidade de vigilância imediata.

“O influenza D pode ter adquirido a capacidade de se transmitir entre humanos durante sua evolução recente. As cepas atuais já representam uma possível ameaça panzoótica”, concluem os pesquisadores, ressaltando que monitoramento e pesquisas contínuas são essenciais para prevenir um surto maior.

Fonte: Redação

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