O assunto surpreende muita gente e desperta aquela reação imediata de olhar duas vezes. O chamado “leite de barata” entrou novamente em destaque, principalmente porque algumas pessoas afirmam que essa substância reúne mais nutrientes do que o leite de vaca. A curiosidade cresce, o debate também, e a ciência segue explicando o que realmente existe por trás dessa história.
O QUE OS ESTUDOS DESCOBREM SOBRE A COMPOSIÇÃO
Pesquisadores do Instituto de Biologia Regenerativa e de Células-Tronco da Índia analisaram a espécie Diploptera punctata, que não coloca ovos. Os embriões se desenvolvem dentro do corpo da fêmea e recebem um líquido que serve como fonte de energia durante a formação.
Esse fluido reúne cristais proteicos com carboidratos, açúcares e nove aminoácidos essenciais. Esses elementos contribuem para a construção e a recuperação de estruturas importantes do organismo, como células e massa muscular. A combinação chamou atenção porque reúne nutrientes relevantes em um único composto.
Mesmo assim, os pesquisadores deixaram claro que o objetivo dos estudos envolve apenas a compreensão biológica da espécie — não existe qualquer proposta de consumo humano ou incentivo ao uso externo do líquido.
COMO O “LEITE” SURGE NO CICLO DA ESPÉCIE
O processo que gera o chamado leite de barata ocorre exclusivamente durante a gestação dos embriões dentro da fêmea. Nesse período, cristais proteicos se formam e funcionam como alimento direto para os filhotes em desenvolvimento.
Essa dinâmica se destaca dentro da biotecnologia, que observa o fenômeno para entender como esses cristais acumulam energia e nutrientes. Ainda assim, o interesse continua restrito ao ambiente natural da espécie, sem aplicações práticas fora desse contexto.
O DESAFIO DE PRODUZIR A SUBSTÂNCIA E O INTERESSE CIENTÍFICO
Os cientistas também destacam a dificuldade extrema de produzir esse líquido artificialmente. Para reunir apenas 100 ml, seria necessário extrair os cristais de mais de mil baratas, o que torna qualquer tentativa de produção inviável.
Mesmo com essa limitação, o formato dos cristais desperta interesse na biotecnologia porque pode inspirar estudos sobre novas formas de armazenar energia dentro das células ou até de criar suplementos mais eficientes no futuro. Porém, essa linha de pesquisa ainda está no início e não apresenta aplicações práticas.
UM ASSUNTO QUE GERA SURPRESA, MAS CONTINUA APENAS COMO CURIOSIDADE CIENTÍFICA
O tema continua chamando atenção porque mistura surpresa, nojo e curiosidade em igual medida. A ciência explica que a substância existe com uma função clara: alimentar os embriões dessa espécie específica. Os nutrientes impressionam, sem dúvida, mas o processo de obtenção e a ausência de aplicabilidade prática colocam o assunto apenas no campo das descobertas biológicas.
Até aqui, nenhuma pesquisa sugere consumo ou uso cotidiano. O interesse permanece focado na compreensão da espécie e da estrutura dos cristais — e a discussão científica deve evoluir apenas dentro desse contexto.
Fonte: Redação
Leia também: Já ouviu falar em dezembrite? Entenda o que é essa síndrome



