Gim com metanol? Uísque falsificado? Veja como identificar 

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Cinco pessoas morreram em São Paulo após consumirem bebidas alcoólicas com metanol, segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado. A substância, usada como combustível e imprópria para consumo humano, estaria sendo empregada na falsificação de gim, uísque e outras bebidas. Além disso, outros dez casos de possível contaminação seguem em investigação.

Risco crescente e recomendações oficiais

O CVS confirmou seis intoxicações e destacou que bares, restaurantes e empresas precisam redobrar a atenção à procedência dos produtos. Assim, o órgão orienta que os consumidores comprem apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal. Dessa forma, é possível evitar riscos graves de intoxicação que colocam a vida em perigo.

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A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) suspeita que o Primeiro Comando da Capital (PCC) esteja por trás da adulteração

A Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), vinculada ao Ministério da Justiça, também emitiu alerta. Segundo a pasta, os recentes episódios fugiram do padrão, já que, em geral, intoxicações por metanol ocorrem em contextos de uso abusivo entre populações marginalizadas.

Como identificar bebidas falsificadas

A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) reforça algumas medidas para os consumidores:

  • Observe o lacre de segurança, o estado do rótulo e a vedação da tampa.
  • Verifique o registro do Ministério da Agricultura, que deve constar no rótulo.
  • Cheque o selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
  • Lembre-se de que bebidas importadas precisam ter informações em português.
  • Desconfie de preços muito abaixo do mercado, especialmente em bebidas caras como gim e uísque.
  • Em bares, peça que o garçom sirva a bebida na sua frente.
  • Atenção a odor, gosto e cor: o metanol é incolor, mas altera o sabor da bebida.

Fiscalização reforçada em São Paulo

Diante dos casos, o Procon-SP decidiu intensificar a fiscalização em bares, adegas, supermercados e casas noturnas, em conjunto com a Polícia Civil. Durante essas operações, os agentes podem apreender produtos suspeitos e enviá-los para análise laboratorial. Além disso, o órgão reforçou sua comunicação nos canais oficiais para alertar a população sobre os riscos.

Orientações para o consumidor

Para evitar riscos, especialistas orientam que o consumidor:

  • Compre em estabelecimentos confiáveis.
  • Desconfie de preços muito baixos.
  • Confira embalagens e rótulos com atenção.
  • Evite testes caseiros, como cheirar ou queimar o líquido.
  • Fique atento a sintomas após o consumo, como dor de cabeça forte, visão turva, tontura ou náusea.
  • Procure atendimento médico imediato em caso de suspeita.
  • Comunique autoridades como Anvisa, Polícia e Procon.
  • Exija sempre a nota fiscal.

Possível envolvimento do PCC

A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) suspeita que o Primeiro Comando da Capital (PCC) esteja por trás da adulteração. Segundo a entidade, a facção teria revendido metanol importado ilegalmente para destilarias clandestinas. Dessa forma, o grupo lucraria milhões em prejuízo da saúde da população.

Além disso, a ABCF afirma que o fechamento de distribuidoras de combustíveis ligadas ao crime organizado pode ter provocado a recente onda de intoxicações.

Pedido de retomada do Sicobe

Por fim, a entidade defende que o governo retome o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), desativado em 2016. O mecanismo rastreava a produção e ajudava a reduzir fraudes. Sem ele, os volumes de bebidas falsificadas aumentaram significativamente, junto com a sonegação fiscal.

Fonte: Redação

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