Ficar sem sexo pode fazer mal para a saúde? Entenda

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Khloé Kardashian e outros famosos reacenderam o debate sobre o chamado “jejum de sexo”. A prática, que consiste em passar longos períodos sem relações sexuais, divide opiniões entre especialistas e curiosos. Mas, afinal, a abstinência sexual faz bem ou mal à saúde?

Abstinência pode causar desconforto em quem sente falta da prática

De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP, ficar muito tempo sem sexo pode trazer consequências negativas — principalmente para pessoas saudáveis que gostam e sentem vontade de transar.

Segundo ela, quem aprecia o ato sexual, mas não consegue praticá-lo, pode enfrentar desconfortos físicos e emocionais. “São várias indagações que passam na cabeça dessa pessoa, o que acaba agravando seu estado emocional e contribuindo para prolongar o período sem relações”, explicou a especialista. Ela acrescenta que, nesses casos, é comum surgirem dúvidas sobre aparência e autoestima, o que interfere diretamente na saúde mental.

Por outro lado, pessoas que escolhem a abstinência de forma consciente e não sentem falta da prática não precisam se preocupar. O importante, segundo os especialistas, é que a decisão não gere sofrimento.

O que é o “detox sexual”

Chamado também de “limpeza sexual”, o detox sexual é a decisão voluntária de ficar em abstinência por um período determinado, com o objetivo de redescobrir o prazer e fortalecer o vínculo emocional com o parceiro.

O conceito ganhou força com o terapeuta sexual Ian Kerner, autor do livro Sex Detox. Ele defende que passar cerca de um mês sem sexo pode aumentar a sensibilidade e renovar o desejo.

O psicólogo e sexólogo André Almeida reforça essa ideia. Segundo ele, a privação temporária pode tornar o corpo mais sensível ao estímulo sexual. “Quando o indivíduo fica um tempo sem atingir o orgasmo, a experiência seguinte pode parecer mais intensa — não necessariamente por uma mudança fisiológica, mas por um aumento da expectativa e da percepção subjetiva de prazer”, explica.

Benefícios do sexo regular

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma vida sexual ativa e satisfatória um dos pilares da qualidade de vida. O sexo libera hormônios que reduzem o estresse, melhoram o sono e fortalecem o sistema imunológico.

Além disso, manter a sexualidade ativa pode até contribuir para a longevidade. Isso ocorre porque a atividade sexual está ligada ao bem-estar físico, psicológico e emocional.

Equilíbrio é a chave

A abstinência, portanto, não é boa nem ruim por si só — tudo depende do motivo e da forma como ela é vivida. Para quem decide se afastar do sexo de maneira consciente, o período pode representar autoconhecimento e fortalecimento emocional. Já para quem sofre com a falta de relações, o ideal é buscar orientação médica ou terapêutica para lidar melhor com as causas desse bloqueio.

Em qualquer caso, o equilíbrio continua sendo o segredo para uma vida saudável — dentro e fora da cama.

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