Os alimentos fortificados com proteínas, aminoácidos e suplementos vêm ganhando espaço nas prateleiras e, principalmente, na rotina de quem busca mais saúde. Entretanto, apesar de toda essa popularidade, uma nova pesquisa da Universidade Miguel Hernández, na Espanha, mostra que essa sensação de “produto saudável” nem sempre corresponde à realidade.
PERCEPÇÃO DE SAÚDE NEM SEMPRE CONFERE
Embora muitos consumidores associem proteína a bem-estar, diversos relatórios científicos indicam que esses alimentos, muitas vezes, carregam ingredientes problemáticos. Assim, mesmo que apresentem mais proteínas, eles também podem incluir quantidades elevadas de açúcar, sal, gordura saturada e calorias.
O QUE A PESQUISA DESCOBRIU
Os pesquisadores analisaram 4.325 alimentos processados, divididos em 12 categorias. E, surpreendentemente, 13% deles exibiam alegações de serem “ricos em proteína”. Entre todos, os campeões dessas promessas foram:
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Análogos de carne à base de plantas: 68,2%
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Barras proteicas: 35,3%
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Sobremesas lácteas e alternativas: 21,3%
Além disso, cerca de 60,4% dos itens continham proteínas fortificadas. As barras e os análogos de carne lideraram esse ranking. As proteínas vegetais apareceram com mais frequência (41,7%) do que as de origem animal (25,9%). O glúten liderou entre os ingredientes adicionados, seguido por proteínas do leite e da soja.
MAIS PROTEÍNA, MAS TAMBÉM MAIS GORDURA, AÇÚCAR E CALORIAS
Os pesquisadores observaram que os alimentos fortificados realmente tinham mais proteína. Contudo, ao mesmo tempo, outros componentes chamaram atenção:
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As barras com alegação de proteína tinham menos carboidratos e 82% menos açúcar do que as barras comuns, porém exibiam 48% mais gordura saturada.
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Leites e bebidas lácteas mostraram menos gordura total e saturada.
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Iogurtes e leites fermentados apresentaram menos açúcar e carboidratos.
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Substitutos do leite com alegações de proteína tinham menos açúcar, mas mais gordura total.
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Já os análagos de carne vegetais exibiram menos carboidratos do que aqueles sem a mesma alegação.
Ou seja, os consumidores encontram vantagens, mas também precisam lidar com pontos preocupantes.
QUALIDADE NUTRICIONAL AINDA LEVANTA ALERTA
Com o modelo de avaliação da Organização Pan-Americana da Saúde e da OMS, o estudo revelou que 90,8% dos alimentos com alegações de proteína entram na categoria de “menos saudáveis”.
Além disso:
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Mais de 50% apresentaram alto teor de gordura e sódio.
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1 em cada 4 itens tinha excesso de açúcar livre e gordura saturada.
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1 em cada 5 produtos continha adoçantes.
O sódio, segundo os cientistas, merece atenção especial, já que seu consumo elevado aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
CONSUMIDORES PRECISAM OLHAR ALÉM DA PALAVRA “PROTEÍNA”
Os pesquisadores afirmam que os alimentos com alegação de proteína exibiram proporções maiores de gordura, sódio e adoçantes quando comparados aos produtos comuns. Embora tenham menos açúcar livre e gordura saturada em alguns casos, o conjunto final ainda levanta preocupação.
“No geral, a qualidade nutricional desses produtos se mostrou significativamente pior. Por isso, os consumidores precisam analisar o rótulo com muito mais cuidado, porque a alegação de proteína pode criar uma falsa sensação de saúde”, reforçaram os cientistas.
Eles ainda aconselham que cada pessoa examine não apenas a quantidade de proteína, mas também a lista de ingredientes e a tabela nutricional antes de incluir esses alimentos na rotina.
Fonte: Redação
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