Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone

O Brasil confirmou o primeiro caso de um câncer de mama extremamente raro associado a implantes de silicone. Trata-se do carcinoma espinocelular. Esse tipo de tumor foi descrito pela primeira vez em 1992. Desde então, apenas 20 mulheres no mundo receberam o diagnóstico.

O caso foi documentado por uma equipe liderada pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, do Hospital de Amor, em Barretos (SP). A publicação saiu no Annals of Surgical Oncology, em 23 de julho. Além de registrar o caso, o estudo apresentou um novo sistema para diagnóstico e tratamento.

Por que o caso exige atenção imediata

Segundo Oliveira Junior, o câncer é altamente agressivo. Embora os fatores de risco ainda sejam desconhecidos, ele alerta que o diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento eficaz e melhora a sobrevida.

De acordo com o médico, a doença está associada ao uso prolongado de próteses sem troca no prazo recomendado. Por isso, qualquer alteração nos implantes deve ser investigada.

A história da paciente brasileira

A vítima brasileira tinha 38 anos e usava prótese de silicone desde os 20. Ela procurou atendimento médico após sentir dores e notar aumento de volume em uma das mamas.

Os exames mostraram acúmulo de líquido e alterações na cápsula da prótese. A biópsia confirmou o carcinoma. A paciente passou por retirada da prótese e mastectomia total.

Apesar do tratamento, o tumor voltou rapidamente. Em menos de um ano após o novo diagnóstico, a mulher faleceu.

Como o câncer se manifesta

O carcinoma espinocelular ligado à prótese mamária tem comportamento agressivo e prognóstico preocupante. No estudo brasileiro, de 17 casos analisados, nove tiveram recorrência no primeiro ano. Além disso, seis pacientes morreram nos dois primeiros anos.

A sobrevida média foi de apenas 15,5 meses. Já a sobrevida livre de progressão foi de 13,5 meses. Geralmente, as metástases atingem pulmões e fígado.

Possíveis causas e recomendações

Os fatores de risco ainda não estão definidos. No entanto, inflamações crônicas na cápsula do implante podem provocar a transformação maligna das células.

O sintoma mais comum é a presença de líquido ao redor da prótese. Diante disso, os médicos recomendam mastectomia total para reduzir o risco de recidiva.

Câncer de mama no Brasil: dados preocupantes

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) explica que existem vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, enquanto outros têm crescimento lento.

O risco aumenta com a idade e é mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Além disso, fatores genéticos, hormonais, comportamentais e ambientais também influenciam.

Quando detectado cedo, o câncer de mama tem alta chance de cura. Entretanto, a doença ainda é a principal causa de morte por câncer em mulheres no país.

Sintomas que exigem atenção

Os sinais incluem caroços ou nódulos endurecidos, mudanças na pele ou no mamilo, secreção espontânea, nódulos no pescoço ou nas axilas e pele com aspecto de casca de laranja.

O autoexame é importante, mas deve ser feito em três etapas: diante do espelho, em pé e deitada. Além disso, consultas regulares e exames de imagem são essenciais.

Fonte: Redação

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