Nos últimos anos, a cidade de Anápolis enfrentou períodos de seca que, embora não sejam inéditos, ganharam destaque pela sua duração. Entretanto, a implementação de um contrato de programas entre o município e o Governo de Goiás, através da Saneago, trouxe investimentos significativos para o sistema de captação, armazenamento e distribuição de água.
Esses esforços têm sido fundamentais para garantir que, mesmo após quase cinco meses sem chuvas, o abastecimento de água nas residências anapolinas continue estável.
Apesar da eficácia dessa gestão hídrica, a colaboração da população é essencial para práticas de economia de água. Recentemente, a Saneago emitiu alertas a vários municípios de Goiás, recomendando um uso consciente e a redução do consumo de água.
O prolongado período de estiagem, combinado com altas temperaturas e baixa umidade, impactou severamente a vazão dos rios da região.
Em suas orientações, a Saneago garantiu que os sistemas de abastecimento estão operando normalmente nos 223 municípios em sua jurisdição, mas classificou a situação como “preocupante”. A companhia destacou que os mananciais não se recuperaram na mesma proporção que a demanda por água aumentou em Goiás, o que compromete a sustentabilidade desses recursos.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), este é o nono maior período sem chuvas desde 1961.
Situação em Anápolis
Dados do Portal de Monitoramento Hidrológico da Saneago mostraram que, no Ribeirão Piancó I Montante, a vazão registrada em 11 de setembro de 2024 era de 454 litros por segundo (l/s), um nível que exige atenção. O padrão normal é de 890 l/s, enquanto os níveis críticos começam em 315 l/s. As medições mais recentes dos reservatórios da cidade indicaram os seguintes níveis: Leste Lourdes/Tesouro – 88,94%; Santo André/Mariana – 87,51%; e outros reservatórios com níveis variados, sendo o mais baixo de 33,30%.
A Bacia de Abastecimento do Rio Capivari e as bacias do Piancó I e II são responsáveis por uma vazão total de 1.010 l/s para o Sistema de Abastecimento de Água de Anápolis. Além disso, a cidade recebe 170 l/s de água importada do SAA DAIA/CODEGO, que capta água do Rio Caldas, parte da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte.
Monitoramento e Proteção Hídrica
A Saneago está comprometida com a proteção dos recursos hídricos em Goiás, implementando ações contínuas voltadas para a Segurança Hídrica. Desde 2018, a Rede de Monitoramento Hidrológico da Saneago (RMHS) tem se expandido, incluindo informações de Estações Fluviométricas e Pluviométricas, além de sensores ultrassônicos para coleta automatizada de dados.
Atualmente, a RMHS conta com 60 estações em diversos pontos do estado, coletando dados sobre os níveis e volumes dos reservatórios e as chuvas registradas. A Agência Nacional de Águas (ANA) coordena a Rede Hidrometeorológica Nacional, que possui mais de 4.600 pontos de monitoramento em todo o Brasil.
Planos de Racionamento e Conscientização
Em resposta à situação crítica de escassez hídrica, a Saneago elaborou Planos de Racionamento para os municípios ameaçados, em conformidade com as normativas das agências reguladoras. O Decreto Estadual nº 10.407/2024 declarou situação de emergência em 25 municípios, e os planos de racionamento foram enviados para aprovação.
A Saneago está realizando um planejamento intensivo para garantir o fornecimento regular de água, mesmo durante a estiagem, e espera que medidas drásticas não sejam necessárias. No entanto, a empresa ressalta a importância do uso consciente da água e solicita que a população reporte vazamentos pelos canais oficiais de comunicação.
FONTE: Redação