Em entrevista concedida à Rádio Difusora, na quarta-feira (11/9), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, apresentou uma série de medidas adotadas pelo governo estadual para combater as queimadas e preservar o bioma do Cerrado. No Dia do Cerrado, Caiado destacou o lançamento do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e a aprovação de uma nova lei que torna crime inafiançável o ato de provocar incêndios em vegetação sem autorização.
“Incêndio criminoso agora é inafiançável em Goiás”, ressaltou o governador, referindo-se à Lei nº 22.978/2024, que endurece as penas para quem pratica queimadas ilegais. A legislação, publicada no último dia 6, faz parte da Política Estadual de Segurança Pública de Prevenção e Combate ao Incêndio Criminoso e prevê sanções que podem chegar a 10 anos de prisão.
Durante a entrevista, que contou com a participação dos jornalistas Isadora Pícolo e Jordevá Rosa, além do diretor executivo da emissora, Diego Joaquim, Caiado elogiou o empenho das equipes de combate aos incêndios. “Nosso Corpo de Bombeiros tem se desdobrado em mil para conter as queimadas por todo o estado”, afirmou.
O governador também ressaltou que Goiás foi o estado que mais reduziu o desmatamento no Cerrado no último ano, e reforçou a importância de medidas a longo prazo para preservar o bioma. Entre essas medidas, ele destacou o PSA, que incentiva proprietários rurais a conservar áreas nativas além das obrigatórias, como reservas legais e áreas de proteção permanente (APPs). Segundo o programa, a partir de 2025, o estado pagará até R$ 664 por hectare anualmente para os produtores que contribuírem com a preservação e recuperação de áreas nativas.
Críticas ao governo federal
Durante a entrevista, Caiado aproveitou para criticar a falta de apoio do governo federal em várias iniciativas. Ele mencionou a demora na liberação de recursos para projetos importantes, como a duplicação de rodovias na região de Luziânia, o Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã e a restauração de prédios históricos na cidade de Goiás.
Caiado também expressou frustração com o atraso na liberação de verbas para equipar o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), cuja primeira fase está em fase final de construção. “Até hoje, não entrou um centavo”, reclamou o governador, que destacou a importância de uma parceria federal para a segunda etapa da unidade.
Sobre a segurança pública, Caiado se posicionou contra a criação de um sistema único nacional, conforme propõe uma PEC discutida em Brasília. Para ele, a solução está em parcerias que fortaleçam o combate ao tráfico internacional de drogas nas fronteiras do país, e não na concentração de mais poder nas mãos do governo federal. “A política nacional deve focar nas fronteiras, com tecnologia avançada, como satélites e drones de alta resolução, para fornecer informações às polícias militares”, defendeu.
A entrevista reforçou o compromisso do governo estadual em continuar buscando soluções sustentáveis para a preservação do Cerrado e a proteção do meio ambiente, mesmo diante das dificuldades com o governo federal.