A pergunta que abre esse artigo foi me feita recentemente em uma entrevista numa rádio aqui da cidade e me pegou de surpresa — daquelas que despertam a memória com força e carinho.
Quando me perguntam isso, meu coração imediatamente voa até o Parque da Matinha. Era lá que eu passava horas brincando, me divertindo com amigos e vivendo momentos que até hoje aquecem meu coração. Mas a infância em Anápolis era muito mais que isso.
Teve uma época — poucos vão se lembrar — em que um avião sobrevoava a cidade no Dia das Crianças para jogar doces com pequenos paraquedas. Era emocionante!
A gente olhava pro céu com esperança. Você conhece alguém que já pegou um desses “docinhos voadores”?
E o que dizer do Central Parque, nosso grande ponto de encontro? Tinha trenzinho, pista de caminhada, e aquelas fotos nas cachoeiras que todo mundo tirava.
Os clubes também marcaram uma geração: Panorama, Ipiranga, Lírios do Campo… Piscina, sol e parque aquático eram o combo da felicidade.
Tinha ainda os cinemas com uma única sala, onde muita gente tentava assistir dois filmes com o mesmo ingresso. E se não dava pra ir ao cinema, a solução era correr na sexta-feira pra locadora Hot Park, na Avenida São Francisco, garantir o DVD do fim de semana.
E claro… não posso esquecer da lanchonete Super X, que reunia famílias inteiras com seu sabor inesquecível.
Essas memórias vivem em mim — e em muitos de nós. Porque a Anápolis da infância é aquele lugar que mora pra sempre no coração.
Hoje, como vereadora e presidente da Câmara, tenho ainda mais responsabilidade com essas lembranças que nos formaram. É por isso que luto pela revitalização do Parque da Matinha — inclusive estive com o prefeito Márcio Corrêa no anúncio dos R$ 5,5 milhões garantidos pelo senador Vanderlan Cardoso para recuperar esse espaço tão simbólico.
Também estou contribuindo com o projeto de requalificação do nosso Centro, defendendo propostas como a criação de rua de lazer, incentivando nossos artigos locais e aquecendo nosso comércio, com ramblas exclusivas para pedestres e o Caminho Histórico, que valorizam nossa cultura e identidade.
Anápolis precisa voltar a ter lugares assim: vivos, acolhedores e cheios de sentido para as novas gerações. Estou atenta a isso — por respeito ao passado e compromisso com o nosso futuro.
E você? Qual lembrança da sua infância na nossa cidade ainda te faz sorrir?
Andreia Rezende – É advogada, mãe, vereadora e presidente da Câmara Municipal de Anápolis
Colunista do Portal Viva Anápolis