Papanicolau não será mais feito pelo SUS; entenda o motivo

O exame papanicolau, tradicionalmente utilizado para detectar o papilomavírus humano (HPV), será gradualmente substituído pelo teste molecular de DNA-HPV, considerado mais eficaz no diagnóstico precoce do câncer de colo de útero.

Essa mudança integra as novas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) para o rastreamento da doença. O novo teste começará a ser implementado ainda este ano, em colaboração com as prefeituras nas unidades básicas de saúde.

Substituição do Papanicolau no SUS

Desde 2021, a Organização Mundial da Saúde recomenda o teste molecular de DNA-HPV, que oferece maior precisão na detecção do HPV em comparação com o papanicolau. Com essa tecnologia, o intervalo entre as coletas será de cinco anos, ao contrário do papanicolau, que é feito anualmente ou semestralmente.

Essa mudança se deve à maior sensibilidade do novo exame, que é capaz de identificar a infecção com maior exatidão, tornando possível a ampliação do intervalo entre os testes. No entanto, a faixa etária recomendada para a realização do exame continua sendo de 25 a 49 anos.

Itamar Bento, pesquisador do Instituto Nacional do Câncer, afirma que, apesar do investimento necessário para implementar o novo teste, os benefícios a longo prazo são significativos. O diagnóstico precoce permitirá tratamentos mais eficazes e menos invasivos, reduzindo custos futuros com internações. Especialistas acreditam que, com vacinação e exames regulares, o câncer de colo de útero pode ser erradicado no Brasil em cerca de 20 anos.

Outras opções

Além do papanicolau e do teste molecular, há outros exames para o diagnóstico do HPV e suas complicações:

  • Avaliação clínica: Realizada por ginecologistas ou urologistas, serve para observar lesões ou verrugas genitais indicativas de HPV.
  • Colposcopia: Exame detalhado para visualizar alterações no colo do útero, indicado quando há lesões no aparelho genital.
  • Peniscopia: Exame para homens, realizado para identificar lesões no pênis, saco escrotal ou região anal que possam indicar HPV.
  • Anuscopia: Usada para detectar lesões no ânus, local comum de infecção pelo HPV.
  • Biópsia: Realizada quando alterações são encontradas em outros exames, coletando amostras para investigar a presença de células cancerígenas.
  • Sorologia para HPV: Detecta anticorpos contra o vírus, mas tem baixa sensibilidade.
  • Captura híbrida: Exame molecular utilizado para identificar tipos específicos de HPV, incluindo os de alto risco para câncer.
  • RT-PCR: Exame altamente preciso, capaz de detectar a carga viral do HPV mesmo em níveis baixos.

FONTE: Tribuna de Minas

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