Nem sempre é TDAH ou hiperatividade

hiperatividade

Nos últimos anos, o número de diagnósticos de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) cresceu de forma expressiva. Muitos pais, professores e até adultos têm se perguntado se os esquecimentos frequentes, a inquietação constante ou a dificuldade de concentração são sinais claros do transtorno.

No entanto, é preciso fazer um alerta importante: nem todo sintoma de desatenção ou agitação significa que estamos diante de um caso de TDAH.

Criança na escola

A atenção humana é extremamente sensível ao ambiente em que vivemos. Estresse, ansiedade, depressão, noites mal dormidas e até uma alimentação desregulada podem afetar significativamente a capacidade de foco e memória. Em crianças, por exemplo, mudanças na rotina, excesso de estímulos digitais ou conflitos familiares também podem causar comportamentos semelhantes aos do TDAH.

Necessidade de avaliação

É por isso que uma avaliação cuidadosa e multidisciplinar é fundamental. Antes de se fechar um diagnóstico, é preciso investigar o histórico da pessoa, seu contexto emocional, social e até escolar ou profissional.

Muitos adolescentes que parecem “desatentos”, na verdade, estão passando por sobrecarga emocional. Muitos adultos que se queixam de “mente acelerada” estão lidando com níveis elevados de ansiedade ou esgotamento.

Outro ponto que merece atenção é o autodiagnóstico. Hoje em dia, é comum encontrar vídeos nas redes sociais listando sintomas do TDAH como se fossem testes confiáveis. Isso pode gerar confusão, autodiagnósticos equivocados e até o uso inadequado de medicamentos. O TDAH é uma condição real e merece ser levado a sério, mas justamente por isso, também não deve ser banalizado.

Portanto, antes de colocar um rótulo, é essencial olhar para o ser humano por inteiro. A saúde mental não é um quebra-cabeça de sintomas isolados. É um conjunto de experiências, histórias e emoções que precisam ser compreendidas com escuta, cuidado e responsabilidade.

Se você ou alguém próximo está enfrentando dificuldades de atenção, procure um profissional qualificado. Às vezes, o que parece TDAH pode ser apenas um pedido silencioso de ajuda.

Rosiane R. Bernardo – Neuropsicóloga | CRP 09/10198

Colunista do Portal Viva Anápolis

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