Pirola: O que sabemos sobre a nova variante da Covid-19

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), que a variante BA.2.86 do vírus que causa a Covid-19, apelidada de “Pirola”, foi “detectada em pequenos números em 11 países”, até o momento.

Segundo Adhanom, a variante está sendo monitorada pela OMS para avaliar sua transmissibilidade e possíveis impactos.

A nova linhagem foi detectada pela primeira vez na Dinamarca, em julho. Ela carrega mais de 35 mutações em partes importantes do vírus em comparação com a XBB.1.5, que foi a variante dominante em diversos países do mundo em 2023.

Ainda não há informações de que a variante BA.2.86 tenha sido identificada no Brasil.

A variante é mais contagiosa?

Até o momento, as autoridades não divulgaram avaliações de riscos da nova variante.

No entanto, experimentos feitos por pesquisadores de dois laboratórios dos Estados Unidos indicam que o sistema imunológico pode combater a nova linhagem tão bem — e talvez até um pouco melhor — que ramificações em circulação da XBB.

Os testes de laboratório foram realizados a partir de anticorpos de indivíduos vacinados ou recentemente contaminados. O objetivo era investigar até que ponto os mecanismos de defesa seriam capazes de atuar contra variantes em circulação.

Os cientistas coletaram plasma de 66 pessoas e testaram sua resposta imunológica a dez subvariantes da Ômicron, incluindo a BA.2.86.

“Dois laboratórios independentes mostraram basicamente que BA.2.86 essencialmente não é uma fuga imunológica adicional em comparação com as variantes atuais”, afirmou Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do Beth Israel Deaconess Medical Center e líder de um dos laboratórios.

Vacinas continuam eficazes?

Por enquanto, não há indícios de que a “Pirola” escape da proteção adquirida pelas vacinas contra à Covid-19 ou impacte no aumento de casos graves da doença.

Tanto a Moderna quanto a Pfizer, que produzem vacinas contra a Covid, afirmaram que seus imunizantes atualizados oferecem resposta contra a linhagem BA.2.86.

A Moderna informou que sua injeção gerou um aumento de 8,7 vezes nos anticorpos neutralizantes contra BA.2.86 em comparação com uma resposta de anticorpos naturais em ensaios clínicos em humanos.

Já a Pfizer disse que sua vacina mais recente com a parceira BioNTech 22UAy.DE provocou uma forte resposta contra a variante em um estudo pré-clínico em ratos.

As doses reformuladas das vacinas, voltadas para a subvariante XBB.1.5, devem ser lançadas pelas farmacêuticas na primavera.

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