A poetisa brasileira Emília Souza descreveu em um de seus poemas como morrem os amores. “Ele morreu de forma lenta e dolorosa, como morrem todas as coisas que deixamos de alimentar”. Para Shakespeare, o alimento do amor é a música. De uma forma geral, as relações duradouras precisam ser nutridas diariamente. Não apenas com arte, mas com cuidado, lealdade, admiração, sexo, atenção, amizade… O amor não sobrevive por si só. E essa é a premissa da comédia romântica “Última Chamada para Istambul”, que chega despretensiosa, mas vai tomando rumos cada vez mais intricados e multifacetados. Dirigido por Gonenc Uyanik e escrito por Nuran Evren Sit, o enredo gira em torno de duas pessoas casadas que se conhecem no Aeroporto Internacional JFK, em Nova York, após um incidente com uma mala.
Serin (Beren Saat) é uma designer de joias que chega nos Estados Unidos para um trabalho no mundo da moda. Quando sua mala é confundida e trocada por um passageiro, o músico Mehmet (Kivanç Tatlitug) interfere para poder ajudá-la. Eles se apresentam e logo se identificam. Talvez seja o fato de ambos serem de Istambul, compartilharem o mesmo idioma. Ela vai até a loja do homem que teria levado sua mala, acompanhada por Mehmet. Por meio de um recado, o homem pede para que Serin o encontre em um hotel. Em um charmoso hotel boutique com fotos de famosos estampadas na parede, a calorosa e carismática recepcionista informa de que o homem da mala só chegará no dia seguinte. Então, Serin e Mehmet decidem se hospedar lá mesmo, até que as bagagens sejam destrocadas.
O filme se passa no decorrer de uma noite. Serin e Mehmet se encontram no piano bar do hotel mais tarde. Após alguns drinks, eles saem madrugada afora pelas vibrantes paisagens de Nova York em uma noite cheia de luzes e extremamente desperta. Algumas confusões, perigos, aventuras e um concurso de fingir orgasmos diverte a noite dos dois desconhecidos, que se sentem cada vez mais atraídos pelo outro, embora sejam casados. Conforme a noite se desenrola, a conexão que sentem parece tão forte e emocionante, que mesmo que seja moralmente incorreto, queremos vê-los juntos. Um caso entre eles parece inevitável e acontece.