A Dinamarca anunciou, nesta terça-feira (7), um projeto de lei que pretende proibir o uso das redes sociais por menores de 15 anos. A medida, apresentada pela primeira-ministra Mette Frederiksen, quer proteger a saúde mental e o desenvolvimento das crianças diante do uso excessivo da internet.

“As telas estão roubando a infância”
Durante o discurso no Parlamento, Frederiksen afirmou que “os celulares e as redes sociais estão roubando a infância de nossos filhos”. Segundo ela, o impacto das plataformas digitais já se tornou alarmante, e o país precisa agir com firmeza.
“Libertamos um monstro. Nunca antes tantas crianças e jovens sofreram de ansiedade e depressão”, declarou. A líder dinamarquesa ainda ressaltou que o tempo excessivo diante das telas tem prejudicado a leitura, a concentração e o convívio social dos jovens.
Além disso, ela apresentou dados preocupantes: 60% dos meninos de 11 a 19 anos preferem ficar em casa a sair com amigos, e 94% das crianças no sétimo ano já tinham perfil nas redes antes dos 13 anos.
Projeto dá poder aos pais
O projeto de lei permitirá que pais autorizem o uso das redes a partir dos 13 anos, caso considerem seguro. Contudo, o governo ainda não detalhou quais plataformas seriam incluídas na proibição nem como o controle será aplicado.
A ministra da Digitalização, Caroline Stage, reforçou a importância da medida. “Fomos ingênuos. Deixamos a vida digital das crianças nas mãos de empresas que nunca pensaram no bem-estar delas. Precisamos sair do cativeiro digital e reconstruir a comunidade”, disse.
Mudanças nas escolas e nas famílias
A proposta deve começar a valer no próximo ano, conforme o governo espera. Essa não é a primeira ação da Dinamarca nesse sentido: em fevereiro, o país já havia proibido o uso de celulares em escolas e atividades extracurriculares, atendendo a recomendações de uma comissão governamental de bem-estar.
A comissão também sugeriu que crianças menores de 13 anos não tenham seu próprio smartphone ou tablet. Para o governo, a medida ajuda a reduzir a dependência tecnológica e a melhorar o desempenho escolar.
Movimento global contra o uso precoce
O debate sobre o impacto das redes sociais em crianças e adolescentes vem crescendo em vários países. A Austrália, por exemplo, proibiu o uso dessas plataformas por menores de 16 anos no fim de 2024, atingindo aplicativos como Facebook, Snapchat, TikTok e YouTube.
Na Noruega, o primeiro-ministro Jonas Gahr Store também prometeu aumentar a idade mínima de 13 para 15 anos, afirmando que será “uma batalha árdua”, mas necessária para proteger os jovens “do poder dos algoritmos”.
Além disso, a Grécia propôs que a União Europeia adote uma “maioridade digital” comum para todos os 27 países, impedindo o acesso às redes sem o consentimento dos pais.
Com esse movimento crescente, a Dinamarca se soma a uma tendência mundial que busca equilibrar a vida digital com a proteção emocional e social das novas gerações.
Fonte: Redação
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