As autoridades dos Estados Unidos prenderam a médica Neha Gupta, de 36 anos, sob acusação de assassinar sua filha, Aria Talathi, de 4 anos, durante férias em Miami. Inicialmente, a pediatra havia relatado um caso de afogamento acidental, mas o laudo médico revelou sinais claros de asfixia por sufocamento. O caso ganhou repercussão internacional e segue sob investigação.

Suposto afogamento não convence as autoridades
De acordo com o Escritório do Xerife do Condado de Miami-Dade, por volta das 3h30 da madrugada, Gupta entrou em contato com o serviço de emergência, alegando ter encontrado a filha inconsciente na piscina de uma casa alugada em El Portal, na região metropolitana de Miami. Imediatamente, os socorristas chegaram ao local, retiraram a criança da água e iniciaram os procedimentos de reanimação. Apesar dos esforços, a menina não resistiu e faleceu pouco depois, no Jackson Memorial Hospital.
No entanto, à medida que as investigações avançaram, os detetives identificaram diversas inconsistências no depoimento da médica. Gupta afirmou que, na noite anterior, ela e a filha haviam jantado por volta das 21h e, em seguida, dormido juntas por volta da meia-noite. Ainda segundo o relato, ela teria acordado às 3h20 da manhã ao ouvir um ruído estranho vindo do quintal e, ao verificar, encontrou a filha dentro da piscina. Entretanto, o exame médico-legal contrariou pontos cruciais dessa narrativa, levantando sérias suspeitas sobre a versão apresentada pela pediatra.
Exame médico apontou asfixia e desmentiu relato da mãe
De acordo com o laudo médico-legal, não havia água nos pulmões ou no estômago da criança, o que claramente contradiz a hipótese de afogamento inicialmente apresentada pela mãe. Além disso, os médicos identificaram lesões nas bochechas e na boca da menina, características típicas de sufocamento. Outro ponto relevante foi a constatação de que o estômago da criança estava completamente vazio, o que, por sua vez, reforça a suspeita de que ela não havia jantado, apesar da afirmação da mãe de que o jantar teria ocorrido às 21h.
Diante dessas evidências, a polícia reuniu provas suficientes para solicitar um mandado de prisão. Quando os detetives foram cumprir a ordem judicial, descobriram que, até então, Gupta já havia retornado para Oklahoma, onde residia com a filha. Com isso, a equipe investigativa, em conjunto com a Unidade de Homicídios local e o apoio dos US Marshals, conseguiu localizar e prender a médica. Atualmente, ela permanece detida e aguarda a extradição para responder formalmente à acusação de assassinato em primeiro grau.
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Disputa judicial pela guarda da filha pode ter motivado o crime
O histórico familiar da pediatra também chamou a atenção dos investigadores. Gupta travava uma batalha judicial conturbada com o ex-marido, o também médico Saurabh Talathi, pela guarda da filha. O casal havia iniciado o processo de divórcio em 2022, finalizado apenas em 2024. Fontes ligadas ao caso descreveram a disputa como marcada por “táticas agressivas” e litígios prolongados.
Durante o processo, o juiz negou o pedido de guarda exclusiva feito por Gupta e determinou que ela pagasse US$ 79 mil em honorários ao ex-marido. Pouco tempo antes da tragédia, os advogados de Talathi pediram a penhora de bens e salários da médica para garantir o pagamento.
Médica havia perdido o emprego semanas antes da morte da filha
A situação profissional de Neha Gupta também se deteriorava. Um comunicado oficial confirmou que ela havia sido afastada do atendimento ao paciente e recebeu aviso de demissão tanto do sistema de saúde quanto da universidade onde atuava. A data do desligamento foi registrada como 30 de maio de 2025, aproximadamente um mês antes da morte da criança.
Defesa afirma que Gupta está sendo julgada precocemente
Após a prisão, o advogado da pediatra, Richard Cooper, criticou o desenrolar do caso. Em nota, ele afirmou que “o Escritório do Xerife de Miami-Dade cedeu à pressão pública e se apressou em condenar uma mãe que acabou de perder a filha”. Ele acrescentou que espera uma investigação completa e imparcial que revele “a verdade dos fatos”.
Fonte: Redação
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