Entenda porque o Pix virou alvo dos Estados Unidos

Tela de celular com aplicativo bancário mostrando saldo disponível e opções de Pix, pagamentos e empréstimos.

O Pix, sistema brasileiro de transferências instantâneas, segue batendo recordes e ganhando adeptos. No entanto, ao mesmo tempo em que conquista popularidade dentro e fora do país, também passou a ser alvo de uma investigação aberta pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada na noite de terça-feira (15) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês).

Pessoa segurando um celular exibindo a tela inicial do Pix, sistema de pagamentos do Banco Central.
Pix se consolida como um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil, com acesso facilitado via celular.

Entenda o motivo da investigação

Segundo o governo norte-americano, o Brasil pode estar adotando práticas desleais ao favorecer serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo próprio governo. Embora o documento não cite diretamente o nome Pix, ele menciona serviços de “comércio digital e pagamento eletrônico” promovidos pelo setor público. Dessa forma, especialistas apontam que a referência trata-se claramente do sistema brasileiro.

O relatório do USTR ainda afirma que o Brasil “parece se envolver em uma variedade de atos, políticas e práticas que podem prejudicar a competitividade das empresas americanas” no setor de pagamentos digitais. Assim, a preocupação se concentra no impacto do Pix sobre empresas privadas, principalmente norte-americanas.

Banco Central e Febraban ainda não se pronunciaram

A reportagem do g1 buscou respostas do Banco Central e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), questionando se a gratuidade do Pix estaria sendo vista como uma prática anticoncorrencial. Até o momento, nenhuma das instituições respondeu.

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Histórico com o WhatsApp Pagamentos

Curiosamente, essa não é a primeira vez que o setor enfrenta conflitos em torno do uso de plataformas de pagamento digital. Em dezembro de 2024, o WhatsApp Pagamentos foi descontinuado no Brasil. A empresa, vinculada à Meta, justificou a decisão afirmando que o objetivo era priorizar as transações via Pix.

Desde seu lançamento em 2021, a funcionalidade do WhatsApp exigia conta bancária e cartão de débito para funcionar, envolvendo instituições como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Nubank e outras. No entanto, acabou sendo suspensa poucos anos depois.

Crescimento acelerado do Pix

De 2023 para 2024, o volume de valores movimentados pelo Pix cresceu 54,6%, atingindo a marca de R$ 26,46 trilhões. Já o número de transações chegou a 63,5 bilhões, de acordo com o Banco Central.

No aniversário de quatro anos do sistema, celebrado em novembro passado, o diretor Renato Gomes destacou o impacto positivo do Pix na vida de milhões de brasileiros. Segundo ele, a ferramenta trouxe mais autonomia para pequenos empreendedores e para quem vive em regiões afastadas dos centros urbanos.

Inovações previstas para o futuro

Enquanto enfrenta pressões externas, o Banco Central continua investindo em melhorias e novidades no Pix. Desde outubro de 2024, já é possível agendar transferências recorrentes. Em fevereiro, algumas instituições começaram a operar com o Pix por aproximação.

Mais recentemente, em junho deste ano, o BC lançou o Pix Automático. Essa modalidade facilita pagamentos mensais, como contas de energia, água, condomínio e mensalidades escolares.

Além disso, o Banco Central planeja ampliar o uso internacional da ferramenta. Atualmente, ela já pode ser utilizada em países como Argentina, Portugal e Estados Unidos (em cidades como Miami e Orlando), embora de forma parcial.

Por fim, a instituição também trabalha no chamado Pix Garantido, que permitirá parcelar compras diretamente pelo sistema, representando uma alternativa ao cartão de crédito tradicional.

Fonte: Redação

Leia também: Banco Central anuncia mudanças no Pix

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