Sonir Roberto Rauber Antonini, professor da USP de Ribeirão Preto e presidente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) explica que no começo do século 19 a menstruação era entre 14 e 17 anos de idade.
De acordo com uma publicação do Instituto Nacional de Saúde da Mulher cerca de 90% dos casos a puberdade precoce é um distúrbio sem causa definida. Entretanto, já se sabe que alguns fatores podem interferir para que isso aconteça.
Fatores como estresse, ambientes domésticos abusivos e maior exposição a produtos químicos com disruptores endócrinos também são hipóteses.
“O que definitivamente se sabe é que o excesso de peso adianta a puberdade sim. Uma das razões é que o tecido adiposo, a gordura, produz um hormônio chamado leptina, que atua no Sistema Nervoso Central e estimula o hipotálamo a começar a puberdade mais cedo”, afirma Antonini.
A principal consequência de uma menstruação precoce é fazer com que a altura adulta final da criança seja menor do que sua altura genética potencial. Ou seja, ela pode parar de crescer antes da hora e ter baixa estatura na fase adulta.
Mas os riscos podem ir além. Em maio de 2022, descobriu que a puberdade precoce coloca as meninas em maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, câncer de mama e doenças cardíacas. Por isso, é fundamental o acompanhamento médico frequente desde cedo.
Um ponto-chave para que os jovens não sofram tanto ao entrar nesta nova fase, segundo Pedrosa, é a família e a escola estarem abertas ao diálogo.
Às vésperas de uma viagem da escola, a paulistana de então 9 anos Mariana Stocco menstruou pela primeira vez. A mãe dela já havia explicado o que era menstruação e o que aconteceria com o corpo. “Foi uma surpresa acontecer tão cedo, mas não uma surpresa por menstruar em si.”
A menarca é um processo natural e deve ser encarado como parte da vida da criança, que começa a entrar na adolescência. Quando isso acontece precocemente, a criança muitas vezes ainda não está preparada psicologicamente para a menstruação. Por isso, é fundamental que não exista vergonha ao falar sobre isso.
Fonte: Mais Goiás