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69% das mulheres acreditam que seu crescimento profissional é mais lento após terem filhos

Ser mãe é um direito de todas as mulheres que desejam, e deve ser encarado e respeitado como tal pelas empresas. Mas, o gap entre essa teoria e a prática vista no mercado, ainda é preocupante. Isso foi o que identificou uma pesquisa recente feita pela Elliott Scott HR Brasil, pioneira no recrutamento especializado em talentos de RH no país.

Das 1.202 mulheres entrevistadas, 69% das que têm filhos na primeira infância – dos 0 aos 5 anos – acreditam que seu crescimento profissional é mais lento em comparação àquelas que não optaram pela maternidade, desencadeando preocupações sobre o futuro de suas carreiras que se iniciam desde a gestação.

Filhos e carreira podem – e devem – caminhar lado a lado na trajetória profissional de quem tem esse sonho. Contudo, falta conscientização do mercado de trabalho em relação ao tema e, ainda mais importante, à percepção das mulheres sobre ele. Como consequência inevitável a este cenário, há uma falha enorme na presença de processos estruturados e transparentes para a saída e retorno da licença maternidade das mulheres, assim como a estruturação de uma rede de apoio adequada a elas.

Para Eduardo Saigh, Diretor LATAM da Elliott Scott, o mercado tende a enxergar essas mães com filhos na primeira infância como profissionais que não estão 100% disponíveis para situações atípicas ou não planejadas, como trabalhar além do horário, nos finais de semana, feriados ou mesmo realizar viagens não planejadas.

Na prática, isso fez com que 39% delas chegassem a perder alguma oportunidade por estarem grávidas, desejarem ser mães ou após retornarem da licença maternidade. “Há um preconceito nítido sobre essas trabalhadoras, como se não fossem se dedicar totalmente às responsabilidades da empresa por terem que cuidar de seus filhos”, afirma.

Este pensamento velado reflete uma realidade árdua para elas, assim como dúvidas sobre os impactos de uma possível gestação. Tanto que 73% das mulheres que ainda não têm filhos, afirmaram que a descoberta de uma gravidez, neste momento, teria algum ou muito impacto em seus cargos atuais.

Segundo as respondentes, 62% acreditam que a principal preocupação de carreira de uma mulher que está gestante é se conseguirão cumprir com seus papéis profissionais e maternais com excelência, seguido por 54% que temem se serão demitidas após o retorno da licença maternidade, junto com 48% que cogitam se a empresa irá flexibilizar suas jornadas para que consigam ficar mais próximas de seus bebês nos primeiros meses de vida.

Em muitos casos, esse receio já é visto desde o processo seletivo. Cerca de 28% se sentem inseguras se o entrevistador entenderá que terão o comprometimento necessário para exercer seu trabalho devidamente, independentemente de ser mãe. “Discutir esse tema e debater sobre como criar ambientes corporativos que acolham as mães, permitindo que desenvolvam suas carreiras sem abrir mão de algo único na vida, é extremamente importante para quebrar este tabu de uma vez por todas. Principalmente, considerando as habilidades técnicas e comportamentais que grande parte delas desenvolvem no pós-maternidade”, complementa.

Aproximadamente 72% perceberam mudanças significativas em termos de flexibilidade e inteligência emocional, junto com 69% que notaram uma maior resiliência e capacidade de adaptação, e 58% que desenvolveram uma melhor gestão de tempo. “Essas habilidades têm um potencial significativo para contribuir no desenvolvimento da carreira dessas mulheres, e que devem ser destacadas, especialmente, em uma entrevista de emprego, de como podem ser aplicadas no dia a dia profissional”, explica Renata Sottero, Sócia-diretora Elliott Scott.

Considerando todas essas preocupações e realidades desafiadoras, será que existe um estágio de suas carreiras em que se sentem mais confortáveis e amparadas para terem filhos? A resposta foi, surpreendentemente, positiva: 44% acreditam que a escolha da maternidade não tem relação com o momento da carreira, mas sim com uma escolha pessoal e familiar de cada uma – contra apenas 9% que se sentem mais confortáveis e amparadas para terem filhos no início da carreira, enquanto estão em cargos operacionais, e 22% que cogitam a maternidade quando estiverem em cargos estratégicos e de gestão.

É evidente que o mercado de trabalho atual não foi projetado pensando na equidade e na conciliação da maternidade com a carreira profissional – mas, isso não é motivo de desânimo. “Não há um momento ideal para uma mulher que trabalha no ambiente corporativo ter filhos, pois essa decisão deve ser livre e individual. O mais importante é garantir um ambiente de trabalho que permita a sustentável união entre maternidade e carreira, dando todo o suporte para que se desenvolvam em suas áreas sem receios”, finaliza Saigh.

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