A Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta a população sobre os riscos da leptospirose, uma doença infecciosa grave causada pela bactéria leptospira, que pode chegar a 40% de letalidade nos casos mais graves. A doença é transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores, e pode ser contraída em situações de alagamentos, enxurradas e inundações, que se intensificam no período chuvoso.
Segundo a enfermeira da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa/SES), Lúcia Ramos Magalhães, a leptospirose pode comprometer todo o organismo e evoluir de uma forma leve para uma forma grave, que requer internação e pode levar à morte. Em 2023, houve o registro de uma morte por leptospirose no estado, assim como em 2021. Não houve óbitos pela doença em 2022. Em relação ao número de casos, foram 25 neste ano, 18 no ano passado e 21 em 2021.
Os sintomas da leptospirose incluem febre, dores de cabeça, musculares e nas panturrilhas, além de prostração e icterícia (amarelamento dos olhos e da pele). A profissional lembra que os sintomas podem ser confundidos com outras doenças e recomenda que as pessoas procurem atendimento médico caso apresentem algum desses sinais. O tratamento é normalmente feito com o uso de antibióticos.
Para evitar a contaminação, a melhor forma é a prevenção, tendo em vista que não há uma vacina para a doença. A enfermeira orienta que as pessoas evitem se expor a situações de risco, como as enxurradas, a água e a lama de enchentes, o lixo e o esgoto. Ela também sugere que se mantenha a caixa d’água tampada, os lotes e casas limpas, os alimentos armazenados em locais inacessíveis aos roedores e o controle da população de roedores. Outras medidas incluem impedir que crianças nadem ou brinquem na água de enxurradas e utilizar botas e luvas de borracha no caso das pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto.
A SES-GO realiza desde o mês passado a preparação dos profissionais de saúde visando à prevenção de agravos decorrentes do período chuvoso, incluindo a possibilidade de contaminação por leptospirose. O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás prevê que, entre dezembro deste ano e fevereiro do ano que vem, 101 municípios terão chuvas intensas, com índice pluviométrico de 500 milímetros ou mais.
