Karine Gouveia: procedimentos ilegais, vítimas graves e prisões

A empresária Karine Gouveia, conhecida no setor de estética, foi presa nesta quarta-feira (18) junto com o marido, Paulo César Dias Gonçalves, e dois funcionários, após uma investigação da Polícia Civil (PC) apontar irregularidades graves em suas clínicas de Goiânia e Anápolis. Segundo a PC, os estabelecimentos realizavam procedimentos estéticos invasivos sem autorização, expondo pacientes a riscos severos, incluindo sequelas irreversíveis.

Métodos ilegais e vítimas desassistidas

Karine Gouveia é acusada de driblar fiscalizações ao anunciar procedimentos restritos a médicos, como rinoplastias e alectomias, sob nomes genéricos, como “reestruturação nasal HD”. A PC revelou que o alvará da clínica de Goiânia permitia apenas procedimentos minimamente invasivos, enquanto a unidade de Anápolis sequer tinha autorização para funcionar.

As denúncias começaram após 24 pacientes relatarem complicações graves, como cicatrizes, necroses, cegueiras, queimaduras e até Hepatite C. Uma das vítimas precisou ser internada em estado grave na UTI, enquanto outra, sem perspectivas de reversão dos danos, tentou suicídio duas vezes.

Tratamento desigual

As clínicas de Karine ofereciam atendimento diferenciado dependendo do poder aquisitivo do cliente. Famosos recebiam tratamentos minimamente invasivos com produtos de qualidade, enquanto pacientes de baixa renda enfrentavam condições precárias. Equipamentos como bisturis cegos e ausência de esterilização foram relatados, além do uso de substâncias proibidas, como o PMMA, capaz de causar complicações graves e até fatais.

Em casos de insatisfação com os resultados, os pacientes eram incentivados a realizar novas cirurgias de correção, que muitas vezes pioravam a situação. Uma vítima chegou a se submeter a mais de 30 intervenções sem sucesso.

Investigação e prisões

Com base nas denúncias e laudos médicos, a PC prendeu Karine, Paulo César e dois técnicos – um odontólogo e uma biomédica. Segundo o delegado Daniel Oliveira, todos estavam cientes das irregularidades, e o casal ocupava o topo da organização criminosa.

A defesa de Karine Gouveia e dos demais acusados não se pronunciou até o momento. A PC segue investigando o caso e faz um apelo para que possíveis novas vítimas procurem as autoridades.

FONTE: Redação – Janayna Carvalho 

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