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Goiás é o 2º Estado com maior casos de dengue

São 968,9 casos da doença para cada 100 mil habitantes, o segundo pior número do País

Quando o assunto é dengue, Goiás fica atrás apenas do Acre, que registrou 1.064,8, e superando o Estado mais populoso do país: São Paulo registrou o índice de 911,9 casos da doença. Os dados são do boletim epidemiológico da dengue, divulgado pelo Ministério da Saúde, e indicam que a epidemia em Goiás pode ultrapassar a de 2013. Aquele ano registrou a pior epidemia da história, com 163.808 casos da doença.

 

Quando comparado com outros Estados da região Centro-Oeste, a diferença fica ainda mais evidente. Mato Grosso do Sul, o segundo da região com maior incidência, registrou 462,8 por 100 mil habitantes – número 52.2% menor que em Goiás. Com Mato Grosso a diferença é ainda maior, atinge 79,4% (são 119,5/100 mil). Enquanto no Distrito Federal chega aos 86%, por lá são 125,4 casos de dengue por 100 mil habitantes.

 

A curva do gráfico de notificações de dengue por semana epidemiológica, elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), confirma a força da epidemia no Estado. As semanas 13 e 14, com 4.780 e 5.062 notificações respectivamente, atingiram o pico semelhante ao de 2013. Nas mesmas semanas daquele ano, foram 6.171 e 4.778 casos. O que também mostra que a curva continua ascendente em 2015, justamente nas semanas que é esperada a queda nos casos de dengue.

 

Subnotificações

 

O gráfico mostra queda brusca nas semanas 14 a 16, mas mascaram a realidade, já que coincide justamente com a greve dos servidores de Saúde em Goiânia, o que deixou os dados subnotificados. Ainda assim, a própria SES trabalha com a possibilidade de números superiores a 2013, por causa da recirculação de três sorotipos da dengue, o que indica um maior número de pessoas susceptíveis. No entanto, somente nas próximas duas ou três semanas será possível aferir o aumento.

 

A subnotificação também afeta os números específicos de Goiânia. Por causa da greve dos servidores, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) terá que descartar os números daquele período para o controle da epidemia. Com a demanda reprimida, ao voltarem a funcionar com 90% do efetivo, os Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) se encontram abarrotados. Na unidade do Jardim América de 50% a 60% dos atendimentos diários é de dengue clássica.

 

Clima

 

O clima goiano é apontado pela secretarias de Saúde do Estado e do município de Goiânia com culpado pela vice-liderança dos números de dengue por habitante no Brasil. A chuva temporã seria uma das responsáveis pelo crescimento da dengue nas últimas semanas. A SES aponta que “Goiás possui todas as condições climáticas que o torna um forte candidato a proliferação ao mosquito Aedes aegypti”. Enquanto o município diz que a falta de chuvas em janeiro e aumento em março, abril e maio contribuíram para o maior numero de casos nessas semanas.

 

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Maria Cecília Martins, aponta ainda o déficit de agentes de combate a endemias em todo o Estado. Goiás tem aproximadamente 3,2 milhões de imóveis para ser vistoriados e somente 2,2 mil agentes de endemia, número considerado insuficiente. “A falta da visita domiciliar, orientando e providenciando ações orientativas e preventivas, faz com que a situação se agrave”, afirma.

 

A diretora municipal de vigilância, Flúvia Amorim, acrescenta que o aumento também se deve ao maior número de pessoas susceptíveis. Desde de 2010, os vírus em circulação ocorrem simultaneamente do tipo 1 e 4, facilitando a maior número de ocorrências. “Não se pode esquecer da eliminação dos criadouros. A população precisa ajudar e serem mais proativas, fazendo sua parte em casa”, diz.

 

Fonte: O Popular

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