Como sempre, a culpa é de uma divergência entre o sistema métrico de unidades e o sistema imperial inglês, mais antigo. No século 19, o Reino Unido era o principal importador de vinhos franceses, e os ingleses gostavam de usar o galão (gallon) – que equivalia a 4,546 litros. Ou 4,5 l para arredondar.
Por causa disso, os franceses adotaram caixas com seis garrafas de 750 ml, que, somadas, dão o tal galão. Conveniente para os britânicos, que podiam cobrar a caixa por galão, e para a turminha de Bordeaux, que usava um valor não tão quebrado.
A conversão funcionava ainda melhor para a venda em barris de 50 galões (225 l, que rendem 300 garrafas).
A falta de padronização de unidades de medida causou muitos problemas ao longo da história. Alguns saíram caro.
Em 1999, a sonda Mars Climate Orbiter se espatifou em Marte porque o software foi programado parte em métrico, parte em imperial.
Cristóvão Colombo, por sua vez, confundiu milhas árabes com milhas romanas ao calcular a circunferência da Terra. Esse erro o levou acidentalmente ao Caribe.
Em 1983, um voo da Air Canada decolou com metade do combustível por um erro de conversão. Ele precisou fazer um pouso de emergência.