“O Castelo de Vidro” é um poema visual das agonias de Jeannette, reflexos de uma infância permeada de negligência, grandiosidade e falha parental, elementos metamorfoseados em cicatrizes que vão além da pele, moldando sua jornada por um labirinto de obstáculos colossais. Destin Daniel Cretton, com uma
sensibilidade aguçada, examina os complexos paradoxos familiares e desvela as sombras de uma família que, sob a máscara de normalidade, oculta seus segredos e desvios.
O tecido narrativo, meticulosamente arquitetado por Destin Daniel Cretton e Andrew Lanham, revela-se através das experiências de Jeannette, uma
respeitada colunista de Nova Iorque. Durante um jantar em 1989, ela e seu noivo David, acompanhados por amigos, encontram-se em meio a diálogos refinados e elucidativos em um restaurante de alto padrão.
A essência dessas conversas, reveladora em sua substância, alcança sua plena expansão somente no clímax, dando voz às dores silenciadas da protagonista.
Neste fluxo narrativo, Cretton ilumina aspectos controversos de sua história, retratando as multifacetas de Jeannette, que revive o passado ao testemunhar seu pai vasculhando lixo, um elo poderoso com suas origens turbulentas.