Morre Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba brasileiro

Na tarde desta sexta-feira (8), faleceu Arlindo Cruz, aos 66 anos. O cantor e compositor, portanto, encerrou uma trajetória marcada por sucessos e influência no samba. Ele estava afastado da música desde 2017, quando, durante o banho, sofreu um AVC.

Assim que a notícia foi confirmada, fãs e artistas, imediatamente, começaram a prestar homenagens. Além disso, diversas mensagens nas redes sociais lembraram momentos importantes da carreira e ressaltaram sua importância para a cultura brasileira.

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Em 2017, o cantor sofreu um AVC que o deixou com graves sequelas

Artista dedicou a vida à música e ao samba

Arlindo nasceu e cresceu em Madureira, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Desde a infância, portanto, viveu cercado por música. Isso ocorreu porque o pai, Arlindão, recebia nomes como Candeia em rodas de samba dentro de casa. Por essa razão, o cantor começou a tocar cavaquinho ainda jovem. Aos 17 anos, inclusive, participou do disco “Roda de Samba”, de Candeia, marcando o início de sua trajetória profissional.

Cacique de Ramos foi ponto de partida

Durante os anos 1970, Arlindo se destacou na roda de samba do Bloco Cacique de Ramos. Nesse ambiente, portanto, conviveu e dividiu espaço com grandes nomes, como Jorge Aragão, Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Marquinhos Satã e Sombrinha. Além disso, naquela época, tornou-se um dos primeiros músicos a utilizar o banjo como instrumento de samba, o que ajudou a criar um estilo marcante.

Fundo de Quintal marcou sua trajetória

Em 1982, Arlindo entrou para o grupo Fundo de Quintal. A partir de então, gravou, junto com o grupo, dez discos entre 1983 e 1992. Entre os álbuns, por exemplo, estão Nos pagodes da vida, Seja sambista também e Divina luz. No início da década de 1990, contudo, decidiu seguir carreira solo, abrindo um novo capítulo em sua trajetória.

Composições em parcerias e carreira solo

A partir de 1993, lançou seu primeiro disco autoral, chamado “Arlindinho”. Nele, reuniu músicas como “Saudade louca”, “Zé do povo” e “Só pra contrariar”. Ao longo da carreira, lançou nove álbuns solo e vários em parceria com Sombrinha. Além disso, compôs músicas de sucesso gravadas por artistas como Mart’nália e Zeca Pagodinho.

Contribuições ao Carnaval carioca

Arlindo também deixou sua marca no Carnaval do Rio. Desde 1986, integrou a ala de compositores do Império Serrano. Para a escola, assinou sambas-enredo como “Jorge Amado, Axé Brasil” (1989) e “O tempo não para” (1995). Ainda compôs para Vila Isabel, Grande Rio e Leão de Nova Iguaçu.

Últimos anos e homenagem no carnaval

Em 2016, escreveu seu último samba-enredo. No Carnaval de 2023, o Império Serrano prestou uma grande homenagem com o enredo “Lugares de Arlindo”. Ele participou do desfile, mesmo debilitado, acompanhado da esposa, Babi Cruz.

AVC interrompeu a carreira

Em 2017, o cantor sofreu um AVC que o deixou com graves sequelas. Desde então, enfrentou diversas internações e permaneceu acamado. Apesar das dificuldades, seguiu sendo lembrado como referência no samba.

Legado imenso na música brasileira

Ao todo, Arlindo Cruz compôs 795 músicas, segundo o Ecad. Por tudo que construiu, será lembrado como um dos maiores nomes da música brasileira. Em resumo, Arlindo foi símbolo de talento, alegria, fé e dedicação ao samba.

Fonte: Redação

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