Está rolando a última temporada de exposições de 2017 com individuais simultâneas dos anapolinos Erasmo Mageri, Napefi e Zeneide Lucena. As mostras podem ser visitadas até o dia 26 de janeiro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Galeria Antônio Sibasolly, que fica na Praça Bom Jesus.
O conjunto de trabalhos feitos por Napefi para esta individual apresenta o olhar do artista sobre a diversidade da cultura brasileira, em especial, aquela interiorana, que remete aos costumes, festas pagãs e religiosas de seu povo. Marca maior do artista, figuras femininas, repletas de corporeidade e sensualidade, ocupam as telas, estabelecendo uma disputa espacial na ocupação da superfície.
As imagens expandidas, agora, dividem espaço com recortes de tecidos que são literalmente incorporados às obras, proporcionando ao observador a possibilidade de fazer novas leituras a partir da associação desses elementos, afirma o diretor da Galeria Antônio Sibasolly, Paulo Henrique Silva.
A partir de lembranças, referências literárias e figuras recortadas de revistas e jornais, Napefi produz pinturas extraídas das cenas e fatos que, muitas vezes, passam despercebidos no cotidiano. Quando utiliza imagens midiáticas procura, justamente, as menos favorecidas pela diagramação dos meios de comunicação.
Superação
A postura corporal sinuosa e as constantes tensões musculares resultantes de complicações em seu parto, não impediram Erasmo Mageri de se tornar um dos mais representativos artistas de Goiás. Compulsivo e visceral, ao longo de sua trajetória se debruçou sobre estudos da anatomia humana e seus múltiplos desdobramentos no decorrer da história da arte.
Mageri vem pesquisando e retratando o homem e seu comportamento em contextos diversos. Para esta mostra, foram escolhidos desenhos e pinturas que representam bem a produção expressiva e de gestos fortes, carregadas de emoção e traços psicológicos.
Sem título, que chama atenção por apresentar narrativas poéticas produzidas a partir de imagens de personagens de um mundo noturno, de cenas vulgares e banais do cotidiano, de figuras andrógenas que se relacionam com formas híbridas e metafísicas de um lugar qualquer é uma das séries apresentadas na individual de Erasmo. As outras três são intituladas sacras, autorretratos e liberdade.
Exposição especial
A mostra especial desta edição é a de Zeneide Lucena, a primeira-dama das artes visuais de Anápolis. Natural de Quixadá, cidade pertencente à mesorregião dos sertões cearenses, a artista fixou residência em Anápolis a partir de 1954. Lucena tem sua trajetória marcada por inúmeras exposições, prêmios e principalmente, por sua militância em prol da cultura anapolina. Do alto de seus 82 anos de idade, além de maturidade e sabedoria, demonstra impressionante disposição para realizar uma individual que revela suas várias facetas.
Para integrar a mostra foram escolhidas pinturas e cerâmicas, além de fotografias, certificados e recortes de jornais, que registram mais de quarenta anos dedicados às artes. As pinturas de Zeneide transcendem os conceitos representativos, conduzem o público a uma observação quase hipnótica por meio das cores e formas, valorizando a imaginação do apreciador. O uso de cromatismo amplo, ora terroso, produz manchas difusas pelas superfícies, muitas vezes se contrapondo e exercendo relações de tensão.
Assim como na pintura, muitas das esculturas, feitas em argila, possuem formas híbridas, de seres místicos, que deixam claro o interesse da artista pela pesquisa de conceitos religiosos e suas relações com o mundano e o profano. A exposição ainda conta com uma instalação inédita e um documentário sobre a vida da artista.
Serviço
Exposições individuais de Napefi, Erasmo Mageri e Zeneide Lucena
De 11 de dezembro a 26 de janeiro
Galeria Antônio Sibasolly
Aberta ao público de segunda a sexta – 8h às 18h – Praça Bom Jesus, nº 101 – Centro
Mais informações: (62) 3902-1089