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“Entre Abelhas” está em cartaz no cinema

Fabio Porchat deixa o humor de lado e investe no drama

O humor sempre foi a principal arma da galera do canal Porta dos Fundos. Mas, não se engane, essa trupe decidiu mostrar que seu arsenal vai muito além do gênero. Classificado como tragicomédia por sua equipe, ‘Entre Abelhas’ está muito mais para o drama do que para o riso. A graça das cenas é involuntária. O público vai se divertir em alguns momentos. Mas precisa ter sensibilidade também às questões existenciais apresentadas pelo protagonista Bruno (Fabio Porchat). Ele, que acaba de ser dispensado pela mulher (Giovanna Lancellotti), começa a notar algo estranho: está perdendo a capacidade de enxergar e ouvir as pessoas ao seu redor.

 

A estratégia do diretor Ian SBF (diretor do canal Porta dos Fundos, que tem Fabio como um dos atores e roteiristas) em seu primeiro longa — ele também assina o roteiro com Porchat — não é chegar causando, mas ir comendo pelas beiradas. A trama começa despretensiosa, aparentemente banal, e assim permanece em quase toda a sua primeira metade, quando o filme mostra a que veio.

 

Perturbado com a situação, Bruno se abre com a mãe (Irene Ravache). É ela, em sua tentativa de ajudar o filho, a responsável pelas cenas mais cômicas. A risada é certa quando ela contrata o atendente da pizzaria perto de casa (Luis Lobianco, também do Porta) para fazer ‘experiências’ em busca da cura de Bruno.

 

Conforme o mundo vai se ‘esvaziando’ para o protagonista, seu incômodo crescente passa também a contagiar o público. Afinal, as pessoas estão em todas as partes, mas por que vivemos em uma sociedade cada vez mais solitária e individualista? Até que ponto, e como, estamos nos conectando e trocando com o outro?

 

O longa parece virar de cabeça para baixo a noção que temos de mundo virtual e real. Por trás do humor involuntário de algumas cenas, o sentimento de vazio vai abrindo questionamentos sobre as relações humanas. ‘Entre Abelhas’ é um daqueles filmes para assistir de peito aberto. Que faz a gente sair do cinema calado, pensando no que acabou de ver e ouvir. O importante não é o seu desfecho, se você vai rir ou não. O importante é que ele pode lhe abrir lacunas não só sobre a vida de Bruno, mas sobre a sua própria vida.

 

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