O abuso de álcool pode causar danos ao cérebro, reduzindo o volume da massa cinzenta, responsável pela capacidade de pensar, falar e perceber o mundo. Mas há uma esperança para quem quer se livrar desse vício: um estudo mostrou que o cérebro pode se regenerar quando o indivíduo deixa de beber, e isso acontece de forma mais rápida do que se imaginava.
A pesquisa, realizada por psiquiatras e radiologistas das universidades de Stanford e da Califórnia, nos Estados Unidos, foi publicada na revista Alcohol. O estudo acompanhou 88 pessoas dependentes de álcool, que foram submetidas a exames de ressonância magnética para medir o volume cerebral.
Os resultados mostraram que os 40 participantes que conseguiram ficar sem beber por sete meses e uma semana recuperaram quase todo o volume cerebral esperado para alguém que não abusa da bebida. Em 24 das 34 regiões do cérebro analisadas, não houve diferença significativa entre os abstêmios e os não alcoólatras. Nas outras 10 regiões, a diferença foi pequena.
O estudo também revelou que a maior parte da recuperação do cérebro ocorre já no primeiro mês sem álcool, e que o ritmo de ganho de massa cinzenta diminui ao longo do tempo. Além disso, a regeneração cerebral é mais lenta em pessoas que têm outros hábitos prejudiciais à saúde, como fumar, ter pressão alta ou colesterol alto.
Os autores do estudo afirmam que os achados são importantes para motivar as pessoas que querem parar de beber, pois mostram que o cérebro tem uma grande capacidade de se reparar dos danos causados pelo álcool. Eles também ressaltam que o abuso de álcool está associado a vários problemas de saúde, como doenças hepáticas, cardiovasculares, neurológicas e psiquiátricas, e que a abstinência é a melhor forma de preveni-los.