Cremes de acne são recolhidos por conter substância cancerígena

A coluna Claudia Meireles noticiou, um ano atrás, que um laboratório nos Estados Unidos encontrou altos níveis de benzeno, substância cancerígena, em alguns tratamentos de skincare voltados para acne. Marcas como Clinique, da Estee Lauder; Up & Up, da Target; e Clearasil, da Reckitt Benckiser, estavam entre as descobertas.

O composto já havia sido identificado em outros itens como filtros solares, desinfetantes para a mão e shampoos a seco de empresas como Procter & Gamble e Johnson & Johnson. Porém, a concentração nos tratamentos de acne é 800 vezes superior ao limite permitido pela Food and Drug Administration (FDA ou USFDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

Cerca de 95 produtos para acne contendo peróxido de benzoíla foram testados. Agora, mais seis foram recolhidos voluntariamente por contaminação com benzeno, conforme anunciou a FDA na última terça-feira (11/3). Vendidos pelas marcas Walgreens, Proactive, SLMD e Zapzyt, eles foram retirados das prateleiras das lojas.

O recall acontece depois que a L’Oréal retirou do mercado o La Roche-Posay Effaclar Duo Dual Action Acne Treatment, no início da semana, pelo mesmo motivo.

Os últimos itens recolhidos foram:

  • Walgreens Acne Control Cleanser;
  • Proactiv Emergency Blemish Relief Cream Benzoyl Peroxide 5%;
  • Proactiv Skin Smoothing Exfoliator;
  • SLMD Benzoyl Peroxide Acne Lotion;
  • Walgreens Tinted Acne Treatment Cream.

De acordo com a agência reguladora, o Zapzyt Acne Treatment Gel também foi voluntariamente retirado do mercado pelo fabricante devido a níveis elevados de benzeno encontrados durante seus próprios testes.

Substância cancerígena

Segundo a FDA, o peróxido de benzoíla encontrado nos produtos para acne pode se degradar em benzeno em certas condições. No entanto, o risco de uma pessoa desenvolver câncer devido à exposição ao benzeno presente nesses rótulos é muito baixo.

O dermatologista André Moreira conta que o assunto foi debatido no último congresso da Academia Americana de Dermatologia, realizado recentemente em Orlando (Flórida).

“Estudos mostram que os produtos com peróxido de benzoíla podem se transformar em benzeno, o que fez com que a FDA ficasse em alerta. Essa é uma grande discussão que está acontecendo agora”, afirma o médico.

André explica que o benzeno está comumente disponível no ambiente urbano, a exemplo da inalação de fumaça de carros ou de cigarro.

FONTE: Metrópoles

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