Período de chuva e muito calor é sinônimo de proliferação do Aedes aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue. Nesse ano, o principal alvo dos 186 agentes epidemiológicos é o interior dos imóveis, especificamente nos quintais, isso porque, de acordo com a gerente epidemiológica do controle de endemias, Patrícia Godói, é um ano epidêmico da doença e 90% dos criadouros estão sendo encontrados nos domicílios. “A cada dois anos temos um pico crescente no número de casos, não só aqui em Anápolis, como em todo o Brasil, então precisamos que a população realmente fique atenta.”
Segundo ela, se for encontrada alguma irregularidade nos locais visitados, pode-se resolver o problema de imediato ou, do contrário, é dado um prazo para o morador fazer a correção. “Depois desse tempo, voltamos para ver se o proprietário tomou alguma providência e, caso não tenha resolvido, encaminhamos essas notificações para os órgãos competentes, ou seja, à postura ou vigilância sanitária, para autuação”, explica a gerente. As vistorias também são realizadas em locais como lotes baldios, casas abandonadas e casas de imobiliária.
Os agentes realizam as visitas principalmente nos bairros onde há maior incidência de casos da doença. “Nossos supervisores vão às unidades de saúde e recolhem as fichas de pacientes em que o médico identificou sintomas da dengue. A partir daí, fazemos um cronograma toda semana baseado nessas informações e mapeamos onde será feito o trabalho”, diz Patrícia Godói.
Todos os agentes de endemia estão devidamente uniformizados e tomando todos os cuidados necessários por causa da Covid-19, usando máscara, respeitando o distanciamento social e portando álcool em gel. “Passamos essa tranquilidade para o morador para que possamos fazer a vistoria no quintal e repassarmos todas as orientações necessárias.”
A agente de endemias Ana Maria Filho Coelho disse que a receptividade dos moradores está sendo muito boa. “Batemos na porta pedindo à pessoa se podemos entrar em sua casa e se ele pode acompanhar a realização do nosso trabalho. São poucos os que negam nossa entrada”, afirma. A aposentada Renilda Maria de Deus, 56 anos, que apesar de ter poucos vasos de plantas, acha importante o serviço realizado. “Eu os recebo muito bem e sempre olho se tem água parada nos vasos das minhas plantinhas”, completa.
“A mensagem que eu tento passar é que a população entenda que se ela não fizer a sua parte, o poder público não consegue sozinho. O poder público pode até convocar um batalhão de gente para eliminar focos, mas se a população não tiver consciência, os casos de dengue não vão diminuir.” Segundo ela, todos devem verificar suas calhas, caixas d´água e tudo que acumule água. “Se tem água parada de forma incorreta, seja limpa ou suja, o mosquito com certeza vai se proliferar”, diz Patrícia.
A gerente explicou que não existe mais no estado aquele carro fumacê por causa de sua ineficácia. Era um trabalho feito nas ruas, enquanto o problema está dentro das residências. “Antigamente, não existiam muros, e o mosquito só morre em contato direto com o veneno, ou seja, com a nebulização. Nós temos agora as bombas costais, que é utilizada quando são notificados os focos”, conclui.
Fonte: Ascom – Prefeitura de Anápolis