As obras do Centro de Convenções de Anápolis, iniciadas outubro de 2013, mas paralisadas desde janeiro deste ano, tornaram-se em um dos locais com o maior número de focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, do Zika Vírus e da febre chinkungunya. Em uma visita, ao local, agentes de endemias encontraram larvas do mosquito em várias bases de ferro, banheiros químicos abandonados e em seis lajes que acumulavam água das chuvas.
Segundo informou a coordenadora de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Érica Reis, agentes visitaram a obra no início do mês passado, quando foram localizados vários focos do mosquito em dois espelhos d’água situados na frente da obra. “Na época, nós notificamos a Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas) e a empreiteira, que resolveu parcialmente o problema”, informou a coordenadora de endemias, relatando que nesta semana, a Semusa recebeu uma denúncia anônima que apontava o agravamento do problema, depois das últimas chuvas que caíram sobre a cidade.
“Então, eu também fui ao local e percebi que na parte de trás da obra havia muitos focos de criação do mosquito”, acrescentou Érica Reis, que voltou a notificar a empreiteira para que dê uma solução definitiva para o problema. Segundo ela, além das obras do Centro de Convenções, também em um depósito da Celg, localizado junto da avenida José Sarney – bairro Nações Unidas – próximo do Parque Agropecuário – foram encontrados vários criadouros do mosquito.
“Os focos estavam, principalmente, nos entalhes de dezenas de postes empilhados na área externa do depósito”, relatou a coordenadora de endemia, que também está cobrando uma atitude da estatal. Érica Reis disse que, informalmente, falou com um funcionário da empresa, que prometeu furar os postes para evitar que eles não acumulem água. “Mas eu sei que somente essa ação não será suficiente, pois além dos postes, lá existe ainda uma casa abandonada e amontoados de lixo, com vários recipientes que acumulam água”.
Grupo Executivo – Há um mês do final de 2015, os números de notificações e de casos confirmados neste ano já superam os do ano passado, conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. Em 2014 houve 7.578 casos notificados e 4.192 confirmados. Já em 2015, antes mesmo do encerramento do ano, o número de casos notificados chega a 10.453, representando um aumento de 27,5%, e o de confirmados a 5.051 – um acréscimo de 17,3%. A maior parte das pessoas infectadas pelo mosquito da dengue são da região central da cidade, vindo em seguida a vila Jaiara, Alexandrina, Bairro de Lourdes, Vila Góis e Jundiaí.
Por conta dessa situação, a Semusa está formando um grupo executivo, com o objetivo de otimizar as ações de combate ao mosquito. O grupo, que realizou uma reunião hoje para traçar metas, pretende envolver várias secretarias do município, além da Câmara dos Vereadores, Base Aérea, Polícia Militar e o Conselho das Associações de Moradores de Anápolis, entre outras instituições. Entre as ações propostas, está uma alteração na lei municipal 3388/09, que autoriza o município a aplicar multas aos proprietários que não cuidam de seus imóveis, sejam eles lotes ou casas.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde, o valor da multa é irrisório, tornando assim mais interessante para o proprietário deixar que a prefeitura faça a limpeza de seu imóvel e cobre a multa, do que ele pagar para alguém fazer o serviço. Na próxima reunião, os membros da comissão deverão apresentar sugestões de mudança na lei e elas, depois de discutidas, serão apresentadas para apreciação da Câmara dos Vereadores.
Fonte: O Popular
Foto: Diomício Gomes
