Produtores de leite de Minas Gerais intensificaram a pressão sobre o governo federal e pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a suspensão imediata das importações de leite em pó do Mercosul. Segundo o setor, o produto vindo da Argentina e do Uruguai chega ao Brasil com preços “injustamente baixos”, o que provoca prejuízos crescentes para os produtores nacionais. O deputado federal Zé Silva (Solidariedade) entregou uma carta ao presidente e também defende um projeto que proíbe a reconstituição do leite em pó importado.
Investigações do governo avançam
Enquanto o pedido ganha força, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio segue com investigações antidumping contra Argentina e Uruguai. O vice-presidente Geraldo Alckmin abriu o processo no início do mês e, desde então, o governo colhe informações para saber se os dois países realmente vendem leite em pó abaixo do preço praticado internamente.
A CNA afirma que isso ocorre de maneira constante. Além disso, a entidade reforça que essa prática derruba a competitividade dos produtores brasileiros, que já lidam com custos altos de produção.
Sul do país se movimenta
Ao mesmo tempo, estados do Sul também começaram a agir. Em Santa Catarina, o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) apresentou um projeto que proíbe o uso de leite em pó importado — e de derivados como soro lácteo — na fabricação de alimentos destinados ao consumo humano.
Ele afirma que recebeu relatos de indústrias que substituíram o leite in natura por leite em pó estrangeiro para produzir queijos, iogurtes e requeijões. Por isso, segundo o parlamentar, a proposta protege a agricultura familiar, as cooperativas e a saúde do consumidor.
O Paraná já adotou medida semelhante. O estado proibiu a reconstituição de leite em pó importado tanto para venda como leite fluido quanto para uso na indústria de derivados. Dessa forma, tenta evitar que produtos estrangeiros ocupem espaço no mercado local.
Proibição pode virar regra nacional
Zé Silva continua articulando avanços do Projeto de Lei 5738/2025 na Câmara dos Deputados. O texto impede a reconstituição de leite em pó e derivados importados para consumo humano em todo o país.
Para ele, essa medida freia o avanço do produto estrangeiro e, sobretudo, protege a cadeia produtiva nacional, que enfrenta forte pressão desde o aumento das importações.
Fonte: Redação
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