Um homem de 40 anos morreu durante uma trilha promovida pelo grupo cristão Legendários, em Rondonópolis (MT), no último sábado (28). Rodrigo Nunes de Oliveira participava da expedição organizada pela TOP 1009, que reuniu cerca de 150 homens entre os dias 26 e 29 de junho.
Conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde, o técnico de segurança passou mal no fim do percurso e foi levado com urgência ao Hospital Regional da cidade. Apesar dos esforços da equipe médica, ele não resistiu.

Causa da morte ainda é desconhecida
Embora as autoridades ainda não tenham confirmado oficialmente a causa da morte, relatos apontam que Rodrigo sofreu uma convulsão, precisou ser intubado e morreu poucas horas depois. Até agora, no entanto, a Polícia Civil informou que ninguém registrou o caso como ocorrência.
Esposa faz homenagem nas redes sociais
A esposa da vítima, Ana Paula, usou as redes sociais para expressar sua dor e prestar uma homenagem ao marido. Segundo ela, a família o aguardava com tudo preparado para recebê-lo ao final da trilha. “Você realizou seu sonho, amor. Foi forjado muito antes da montanha. Chegou até o fim por nós. Estou muito orgulhosa”, escreveu.
Ela ainda afirmou que seguirá honrando a memória do marido e garantiu que os filhos crescerão conhecendo o legado e os valores que ele deixou.
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Organização afirma que Rodrigo estava apto
Em nota à imprensa, a organização do Legendários afirmou que Rodrigo apresentou exames médicos atualizados e, portanto, reunia plenas condições físicas para participar do evento. Conforme o comunicado, ele começou a passar mal durante um momento de reflexão espiritual. A equipe médica, que já acompanhava a atividade, prestou atendimento imediato.
Ainda segundo a nota, os socorristas levaram Rodrigo ao hospital com sinais de estabilidade. No entanto, após algumas horas, ele sofreu uma crise convulsiva — com causa ainda indefinida — e, apesar dos cuidados, acabou falecendo.
Trilhas, fé e imersão masculina
O movimento Legendários nasceu na Guatemala, em 2015, e chegou ao Brasil dois anos depois, em 2017. Desde então, tem conquistado seguidores em todo o país. Com o propósito de promover uma transformação profunda — tanto pessoal quanto espiritual — o grupo reúne homens cristãos em trilhas intensas de 72 horas na natureza. Durante esse período, eles vivenciam experiências de superação, oração e reflexão.
Além do aspecto espiritual, o compromisso financeiro também varia. Dependendo do local e da estrutura oferecida, os participantes pagam desde R$ 500 até mais de R$ 80 mil. Para garantir o bom andamento da atividade, a organização impõe regras claras: o uso de celular é proibido e cada participante precisa carregar uma mochila de até 14 kg, com itens essenciais como barraca, saco de dormir e materiais de sobrevivência. Dessa forma, o movimento busca não apenas desafiar os limites físicos, mas também fortalecer o espírito e o caráter.
Impacto e repercussão
A morte de Rodrigo comoveu participantes, organizadores e familiares. Apesar do ocorrido, a trilha seguiu normalmente. No entanto, o episódio reacendeu discussões importantes sobre os cuidados exigidos em atividades de alto impacto físico e espiritual.
Diante disso, cresce a expectativa para que, além das homenagens, o caso também sirva de alerta. Afinal, torna-se essencial reforçar o suporte médico e exigir exames mais completos antes de eventos com esse nível de exigência.