Cidade dos Anões: município brasileiro ganha fama mundial

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No interior de Sergipe, um pequeno município chama atenção do mundo: Itabaianinha, conhecida popularmente como a “Cidade dos Anões”. Além disso, a cidade desperta curiosidade internacional devido à sua história única e às características de seus moradores.

A fama vem da impressionante concentração de pessoas com nanismo, especialmente no povoado de Carretéis. Ali, registrou-se uma das maiores incidências da condição no planeta. Em certa época, observava-se um caso de nanismo para cada 32 habitantes, número que supera em muito a média global. Assim, o fenômeno rapidamente se tornou objeto de estudo e interesse, tanto de médicos quanto de cientistas de diferentes partes do mundo.

A origem genética por trás do fenômeno

O nanismo em Itabaianinha tem origem em um traço genético chamado Deficiência Isolada do Hormônio do Crescimento (DIGH). Essa mutação impede a produção adequada do hormônio responsável pelo crescimento. Como resultado, as pessoas nascem com estatura baixa — entre 1,05 m e 1,35 m em média —, mas com proporções corporais normais. Dessa forma, a condição não compromete a harmonia física, embora influencie diretamente a altura.

Isolamento geográfico e história única

A alta incidência do nanismo está diretamente ligada ao isolamento de Carretéis. Durante séculos, o povoado manteve pouca interação com outras regiões. Consequentemente, os casamentos entre parentes próximos se tornaram comuns, o que reforçou a transmissão da mutação genética ao longo das gerações.

Pesquisadores estimam que, em oito gerações, mais de 130 moradores nasceram com a condição. Portanto, o caso chamou atenção de endocrinologistas e geneticistas, que viram na cidade uma oportunidade única de estudar a relação entre genética e fatores ambientais no desenvolvimento humano.

Fama internacional e reconhecimento da comunidade

O interesse médico rapidamente se transformou em destaque midiático. Em 1993, a CNN produziu um documentário sobre Itabaianinha, mostrando tanto as causas do nanismo quanto o cotidiano dos moradores. Além disso, o material destacou a vida social, as tradições e a cultura da comunidade.

No mesmo ano, o jornalista italiano Marco Sanvoisin descreveu os habitantes como “criaturas doces e diferentes, que parecem ter saído de um livro de fadas”. Embora a descrição seja poética, também provocou debates sobre a linha tênue entre admiração e estigmatização. Mesmo assim, os moradores provaram que o nanismo não define suas capacidades.

Muitos se tornaram professores, artesãos, comerciantes e atletas. Além disso, participaram de competições esportivas internacionais, reforçando o orgulho da comunidade e mostrando que, apesar das limitações genéticas, era possível alcançar reconhecimento e sucesso.

Valorização cultural e preservação da memória

A vereadora Lêda Maria Dantas destacou a importância da história local. Em 2020, ela propôs o projeto de lei nº 02/2020, que visava preservar a memória da população anã do município. Ao mesmo tempo, a cultura da cidade ganhou destaque em manifestações artísticas e musicais, valorizando a identidade local.

A banda sergipana Siri Mania, por exemplo, homenageou Itabaianinha na música “Sou de Itabaianinha”, celebrando o orgulho da comunidade e o sentimento de pertencimento dos “pequenos grandes cidadãos”. Assim, tanto a tradição quanto a modernidade se entrelaçam para contar a história da cidade.

Avanços médicos mudam o cenário

Com o avanço da medicina e o maior acesso ao tratamento com hormônio do crescimento, o número de novos casos de nanismo vem diminuindo gradualmente. Portanto, crianças que antes herdariam a condição agora têm a chance de alcançar a altura média nacional, alterando a dinâmica histórica do município.

Hoje, Itabaianinha mantém viva a memória de seus moradores com nanismo. Embora o apelido “Cidade dos Anões” seja considerado pejorativo por alguns, a população prefere que a cidade seja lembrada pela força, coragem e superação que marcaram gerações, além do orgulho de ter preservado uma cultura única no cenário brasileiro.

Fonte: Redação

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