Cansados dos olhares de reprovação e da constante necessidade de viver discretamente, Marcel Mira, Priscila Machado e Regiane Gabarra — conhecidos nas redes sociais como “Amor ao Cubo” — decidiram, portanto, transformar o incômodo em ação concreta. Por isso, passaram a organizar o Primeiro Encontro Nacional de Trisais do Brasil, que está marcado para acontecer no dia 20 de setembro, em uma pousada localizada em Pinhalzinho, no interior de São Paulo.

Até agora, 33 famílias já confirmaram presença no evento, vindas de diversas regiões do país. Para garantir total privacidade e segurança, especialmente para os filhos, os organizadores reservaram a pousada exclusivamente para o grupo durante todo o período do encontro.
Diversidade de formações será destaque
De acordo com Priscila, a proposta do evento é justamente celebrar a diversidade dentro dos relacionamentos poliafetivos. Por isso, diferentes composições familiares estarão representadas: duas mulheres e um homem, três homens, três mulheres, dois homens e uma mulher. “A pousada estará fechada só para a gente. Então, para onde olharmos, veremos famílias iguais às nossas”, explicou ela.
Dessa forma, o encontro pretende criar um ambiente de acolhimento e validação, no qual todos possam se expressar livremente, sem receios ou constrangimentos.
A origem do movimento
Tudo começou com uma simples publicação no Instagram. Ao compartilhar o desejo de reunir outros trisais, o trio não imaginava a repercussão que viria a seguir. O que inicialmente seria apenas uma reunião informal se transformou, em poucos dias, em um evento de três dias com abrangência nacional. A grande adesão evidenciou a demanda por espaços de convivência e apoio para esse tipo de relacionamento.
O desafio de viver em público
Mesmo vivendo seu relacionamento com naturalidade, os organizadores ainda enfrentam diariamente o peso do preconceito. Segundo Priscila, em espaços públicos, muitas vezes as pessoas os veem como “os esquisitos”.
“Quando viajamos ou vamos a restaurantes, precisamos ser discretos. O mesmo gesto de carinho que é visto como romântico em um casal, no nosso caso, soa como provocação”, relatou ela. Além disso, ela destaca que demonstrar afeto em público continua sendo um desafio para relações não convencionais, especialmente em um país ainda marcado pelo conservadorismo.
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Mais do que um encontro, um posicionamento político
Ao longo dos três dias de programação, além da confraternização entre as famílias, os participantes também darão um passo importante no campo político. Eles vão lançar uma associação nacional, cujo objetivo será defender os direitos das famílias trisal no Brasil. A ideia é aumentar a visibilidade, lutar por reconhecimento legal e garantir que essas relações possam existir com dignidade.
“Queremos mostrar que relacionamento trisal não é fetiche. Somos famílias, com amor, respeito e estrutura”, afirmou Priscila, ao reforçar o propósito coletivo do encontro.
Planos para o futuro
Com a ótima repercussão da primeira edição, o trio já começou a pensar nos próximos passos. Para 2026, os organizadores pretendem transformar o encontro em um evento anual, com espaço ampliado e estrutura para acolher ainda mais famílias que desejam viver o amor de forma autêntica e sem julgamentos.
Fonte: Redação
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