Um médico boliviano, identificado como Humberto Fuertes Estrada, enfrentará acusações de homicídio qualificado. Isso porque ele não compareceu ao parto de uma gestante de 18 anos em Eirunepé, interior do Amazonas, no último sábado (22). Além disso, horas antes do plantão, ele foi flagrado em um bar. Dessa maneira, a família e a equipe hospitalar ficaram alarmadas com a situação.

A paciente deu entrada no hospital por volta das 4h da manhã. Em seguida, a equipe acionou o médico de sobreaviso várias vezes, mas ele não respondeu às ligações nem às mensagens. Somente cinco horas depois, ele chegou à unidade hospitalar, atrasando consideravelmente o atendimento. Como resultado dessa demora, o parto ocorreu, mas o bebê nasceu sem vida. Assim, as investigações da Polícia Civil apontam que a demora foi determinante para o óbito.
Flagrante em bar e sinais de consumo de álcool
Câmeras de segurança registraram o médico consumindo bebidas alcoólicas na noite de sexta-feira (21), mesmo estando escalado para o plantão. Além disso, o pai da gestante relatou que a filha percebeu sinais de ingestão de álcool pelo profissional.
“Ela comentou que estava incomodada com o cheiro de cerveja que vinha do doutor Humberto. Ele ficava repetindo frases como ‘quem está devendo a caixinha hoje’ e ‘quem vai pagar a caixinha’. Ela se sentiu desconfortável. Nós percebemos que ele chegou muito agitado, suando bastante, e enfermeiros também disseram que ele estava com cheiro de cerveja”, contou o pai.
Ao mesmo tempo, esse comportamento gerou indignação entre os profissionais de saúde e a família, aumentando a gravidade do caso e a atenção das autoridades.
Deslocamento suspeito e pedido de prisão preventiva
Após prestar depoimento na delegacia local, o médico deixou o município no dia seguinte. Documentos mostram que ele seguiu para Envira e, posteriormente, para o Acre. Além disso, a Polícia Civil investiga indícios de que ele tenha cruzado a fronteira e retornado à Bolívia, país de origem.
O delegado Yezuz Pupo afirmou que a conduta do médico reforçou o pedido de prisão preventiva. Ele explicou que o deslocamento sem justificativa ou comunicação foi interpretado como tentativa de frustrar a aplicação da lei penal, especialmente porque o médico possui dupla nacionalidade. Ao mesmo tempo, a Polícia Civil planeja solicitar apoio da Polícia Federal e da Interpol para localizar e prender o profissional caso confirme-se sua saída do Brasil.
Investigação segue em andamento
O caso continua sob investigação. Ao mesmo tempo, a polícia trabalha para avançar nas diligências e garantir a responsabilização criminal do médico. Além disso, a família busca justiça e acompanhamento diante do ocorrido, enquanto a população acompanha o desenrolar do processo com atenção, preocupação e expectativa por respostas.
Fonte: Redação
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