James Hamblin, médico especializado em medicina preventiva e pesquisador da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, tomou uma decisão inusitada: parar de tomar banho. Com 40 anos, Hamblin não buscava apenas desafiar normas sociais, mas investigar os efeitos da higiene mínima na pele e no bem-estar geral.
“Eu me sinto perfeitamente bem. Você se acostuma. Eu me sinto normal”, afirmou o médico, destacando que o corpo ajustou sua produção de óleo e manteve um ambiente microbiano mais estável e saudável ao minimizar o uso de produtos agressivos.
Durante esse período, ele percebeu que, ao minimizar o uso de produtos agressivos, como sabonetes fortes, a produção de óleo natural foi ajustada e foi mantido um ambiente microbiano mais estável e saudável. Isso foi relatada em seu livro Clean: The New Science of Skin and the Beauty of Doing Less [Limpo: a nova ciência da pele e a beleza de fazer menos, em tradução livre], lançado em 2020.
Odor
O estado de equilíbrio, conforme o médico, é alcançado quando se permite que o microbioma cutâneo floresça sem interrupções químicas, como quando há o uso de limpadores.
Hamblin defende que o odor corporal não necessariamente quer dizer que há sujeito, mas sim, um desequilíbrio microbiano, já que o mau cheiro é produzido por bactérias que se alimentam das secreções oleosas vindas do suor e das glândulas sebáceas. Portanto, quando usamos produtos de higiene, alteramos o equilíbrio desses micróbios, o que acaba favorecendo o surgimento de odores desagradáveis.
Todo o processo de parar de tomar banho foi gradual: ele começou a espaçar as duchas e reduziu o uso de sabonetes e demais produtos de higiene pessoal. Logo, o corpo passou a se adaptar, o que fez com que o odor e o desconforto fossem minimizados.