Aviso: só leia se estiver apaixonado!

Nossa correspondente Letícia Jury e as nuances das músicas de Renato Russo

Alguns avisos importantes antes de ler este texto. O primeiro de todos: leia apenas se estiver apaixonado, não importa por quem, como e nem mesmo onde, aqui tudo é livre, mas com esta condição, ‘estar amando alguém’. Segundo aviso: tem que gostar de Legião Urbana. E terceiro: tem que confessar (mesmo que seja apenas para você) que já fez declaração de amor por meio de letras do Renato Russo. Ah, e antes que eu me esqueça, todo este artigo, por si só, já é uma declaração de amor!

 
Eu poderia começar por ‘Eduardo e Mônica’, que para mim a genialidade de Renato Russo está na tentativa de quebrar tabus e acabar com estereótipos imbricados a preconceitos, mas vou começar com outra letra também magnífica: ‘Se fiquei esperando meu amor passar’, com aquele refrão majestoso: “quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu” seguido da complexidade de estar livre em decorrência do amor: “Começo a ficar livre. Espero, acho que sim” e a simplicidade de uma manifestação amorosa: “De olhos fechados não me vejo. E você sorriu pra mim”.

 
A música ‘Eu sei’ logo no início já faz uma provocação: “Sexo verbal não faz meu estilo. Palavras são erros e os erros são seus. Não quero lembrar que eu erro também”, demonstra uma ira diante de fatos da vida? Isto pode ser visível pelo questionamento: “um dia eu pretendo descobrir, porque é mais forte quem sabe mentir?”. Mesmo diante de toda esta confusão (e não aceitação de um relacionamento que precisa ser ajustado) o suplício apaixonado de: “mas não, não vá embora, que honras e promessas, lembranças e histórias”.

 
E não podemos nos esquecer da clássica ‘Quase sem querer’, que tem como frase de impacto: “me fiz em mil pedaços pra você juntar. E queria sempre achar explicação pro que eu sentia. Como um anjo caído, fiz questão de esquecer, que mentir pra si mesmo, é sempre a pior mentira”. E logo depois Renato Russo emplaca: “sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas? Me disseram que você estava chorando, foi então que eu percebi como lhe quero tanto”.

 
Teatro dos Vampiros, vamos ser sinceros, há alguém que não se identifique? Tudo começa com o choque de realidade: “sempre precisei de um pouco de atenção: acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto”. E de repente a poesia: “você me veio como um sonho bom, eu me assustei, não sou perfeito, eu não esqueço, a riqueza que nós temos ninguém consegue perceber, e de pensar nisso tudo, eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir”.

 
E para fechar com chave de ouro, nada melhor que ‘Daniel na cova dos leões’: “Faço nosso o meu segredo mais sincero. E desafio o instinto dissonante. A insegurança não me ataca quando erro. E o teu momento passa a ser o meu instante. E o teu medo de ter medo de ter medo, não faz da minha força confusão. Teu corpo é meu espelho e em ti navego. E eu sei que a tua correnteza não tem direção”. Mas e Eduardo e Mônica? Ah…que ode ao amor!

 

Letícia Jury – Mestranda em Comunicação (UFG – Linha de Pesquisa: Mídia e Cultura), Jornalista (UFG), Especialista em Assessoria de Comunicação (UFG) e em Gestão da Comunicação (FGV). Contato: (62) 9238-0335

Quer receber em primeira mão nossas principais notícias e reportagens?

Mais lidas

da semana

Fique por dentro