Uma operação integrada realizada nesta quarta-feira (11), em Anápolis, resultou na interdição de uma clínica de reabilitação localizada na zona rural do município. A ação contou com a atuação da Vigilância Sanitária e de diversas forças policiais e órgãos de fiscalização estaduais e municipais, após denúncias apontarem condições precárias de funcionamento e violações graves às normas sanitárias e de direitos humanos.
Durante a vistoria, foram encontrados 64 internos vivendo em situação insalubre, com relatos de surto de sarna entre os abrigados. Muitos deles não sabiam sequer o próprio nome, o que obrigou a Polícia Técnico-Científica a usar impressões digitais para identificá-los. Segundo a Diretoria de Assistência à Saúde, havia pacientes com deficiências intelectuais evidentes e em total abandono assistencial.

A estrutura do local contrastava com a propaganda veiculada pela internet, onde eram divulgadas imagens de um ambiente confortável, com piscina e acomodações de qualidade. Na realidade, os internos estavam amontoados em quartos superlotados, sem camas suficientes, com banheiros em más condições, cozinha fora dos padrões sanitários, lavanderia inoperante e ambulatórios irregulares.
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Outros pontos críticos incluíam armazenamento inadequado de medicamentos, que eram ministrados sem prescrição médica, ausência de prontuários de atendimento e falta de profissionais habilitados, como médicos, enfermeiros e psicólogos. Também foram encontrados pertences pessoais retidos, portas trancadas e água acumulada nos fundos da propriedade, o que configura risco à saúde pública.

A Vigilância Sanitária lavrou auto de infração, apreendeu os medicamentos irregulares e determinou a interdição cautelar imediata da clínica. Os internos foram retirados do local, com parte sendo encaminhada para unidades de saúde adequadas e os demais, entregues às famílias.
A operação mobilizou diversas instituições, incluindo a 6ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP), 3ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), Polícia Militar, Polícia Técnico-Científica, Ministério Público de Goiás (MPGO), CREAS, CAPS, além dos conselhos regionais de Psicologia (CRP), Medicina (CREMEGO) e Enfermagem (COREN).
As investigações seguem para apurar responsabilidades criminais e possíveis violações aos direitos dos pacientes.
Fonte: Redação
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