O planalto do Tibete atualmente alcança as alturas: é uma extensão escarpada de estepes de altitude elevada com o imponente Himalaia ao fundo. Contudo, há 26,5 milhões de anos, trechos dessa região eram formados por bosques úmidos, oferecendo refúgio a outro tipo de arranha-céu: um dos maiores mamíferos a caminhar sobre a Terra.
O animal recém-descoberto, revelado em 17 de junho na revista científica Communications Biology, é um primo extinto do rinoceronte atual e pertence à espécie Paraceratherium linxiaense. A criatura colossal teria pesado até 24 toneladas, quatro vezes mais do que os elefantes-africanos de hoje, e somente seu crânio possuía cerca de um metro de comprimento.
É a mais recente espécie descoberta de um grupo de rinocerontes gigantes sem chifres que viveu em toda a Ásia Central entre 50 e 23 milhões de anos atrás. O P. linxiaense e seus parentes são todos conhecidos por seus tamanhos enormes.
Acredita-se que um adulto tenha, em média, mais de cinco metros de altura até os ombros, um pescoço de cerca de dois metros e um crânio imenso. As girafas atuais têm entre quatro e seis metros de altura, até a cabeça.
Os rinocerontes gigantes “conseguiriam se alimentar de flores no terceiro ou quarto andar de um prédio”, afirma Pierre-Olivier Antoine, Explorador da National Geographic e paleontólogo de rinocerontes da Universidade de Montpellier, na França, que revisou o novo estudo.
O P. linxiaense foi um dos últimos desses gigantes, denominados paraceratérios, que viveram cerca de 26,5 milhões de anos atrás. Devido à sua idade e localização, os novos fósseis, incluindo um crânio completo, uma mandíbula e três vértebras, ajudam a definir a árvore genealógica dos paraceratérios ao identificar onde esses rinocerontes gigantescos evoluíram e como ocorreu sua distribuição pelo continente atual da Ásia.
Fósseis de Paraceratherium são raros e geralmente estão incompletos, dificultando o mapeamento da evolução e distribuição do gênero. Ao que parece, o lar de longa data do grupo foi a Ásia Central, mas a P. bugtiense, primeira espécie de Paraceratherium já encontrada, viveu no atual oeste do Paquistão.
Fonte: Guia Curta Mais