No final de 2022, o TasteAtlas, site conhecido por elaborar diversos rankings relacionados a pratos culinários, publicou uma lista de 100 Melhores Comidas do Mundo, que muito repercutiu, especialmente por causa do segundo lugar para a Picanha brasileira. Contudo, em sua última divulgação, apresentou uma relação um tanto indigesta: as 10 piores comidas brasileiras.
Para compilar essa lista, a plataforma utilizou mais de 4,9 mil avaliações disponíveis no site, feitas por estrangeiros e brasileiros. Pratos doces e salgados de todas as regiões do país entraram no ranking. Confira a lista:
10. Casadinhos (nota: 3,6)
Esses biscoitos assados e recheados, geralmente com doce de leite ou goiabada, são comuns em casamentos. Além do sabor bastante doce, destaca-se pela atenção dada à elaboração das embalagens, feitas geralmente de papel crepom e fitas de cetim – não o suficiente para impressionar os avaliadores.
9. Mocotó (nota: 3,6)
Enquanto uns amam, outros odeiam. Apesar de ser uma parte orgulhosa da culinária sertaneja, este ensopado feito com patas de vaca, feijão e vegetais não é para todo paladar. Sua origem é remota, advindo da tradição portuguesa. É comum, entretanto, encontrar outra explicação, sem fundamentação histórica, de que, na época das charqueadas, os escravos a faziam para seu sustento. Hoje é encontrado em diversos restaurantes de cozinha brasileira, inclusive no premiadíssimo homônimo comandado pelo chef Rodrigo Oliveira.
8. Salada de maionese (nota: 3,6)
Se tem churrasco, tem salada de maionese. Apesar disso, a comida não foi bem recebida pela maioria dos votantes. Um dos motivos, talvez, seja a enorme variedade de ingredientes que leva: batata, cenoura, ervilha, milho, maçã e até uva-passa.
7. Salpicão de frango (nota: 3,6)
Mais um clássico da culinária brasileira que também leva o polêmico ingrediente: uva-passa. Será coincidência?O salpicão é basicamente uma salada de frango com variações, bastante comum em festas de Natal. Às vezes, é incrementado com batata palha por cima.
6. Sequilhos (nota: 3,6)
A nostalgia de casa da avó não foi o suficiente para salvar estes biscoitos do ranking. Normalmente feitos de amido de milho ou polvilho, os sequilhos também têm variações de canela, café, milho, queijo e goiabada.
5. Maria mole (nota: 3,5)
O nome já entrega: uma sobremesa macia e muito popular em festas juninas. Feita apenas de açúcar, gelatina, coco e clara de ovo, o doce é conhecido como marshmellow brasileiro, mas nem assim agradou o os participantes da enquete.
4. Quibebe (nota: 3,4)
O ranking, parece, não gosta de ensopados… Feito com abóbora, cebola, pimenta, gengibre em pó e leite de coco, este purê rústico serve tanto como entradinha quanto oferendas aos orixás das religiões a afro-brasileiras. O Quibebe tem origem no idioma africano quimbundo, da região de Angola.
3. Tareco (nota: 3,2)
Feitos apenas de água, ovo, farinha de trigo e açúcar, os biscoitos tarecos têm origem no estado de Pernambuco, mas se espalhou para o restante do Nordeste. Mesmo agradando os ouvidos na música “Tareco e Mariola”, interpretada por Flávio José e composta por Petrúcio Amorim (“Eu me criei/ Matando fome com tareco e mariola”), não agradou o paladar dos votantes.
2. Arroz com pequi (nota: 3,1)
Arroz com Pequi é um prato típico da culinária brasileira, especialmente da região do Cerrado, onde o fruto é abundante. Em sua receita tradicional, o pequi é refogado por mais dois minutos até juntar com o arroz escorrido. Depois ele é temperado com sal e mexido abundantemente, tampado até o seu cozimento, finalizando com acréscimo do cheiro verde e servido quente. Típico brasileiro, mas que passou longe de aprovação no ranking.
1. Cuscuz Paulista (nota: 3,1)
O Cuscuz Paulista recebeu as piores avaliações. Preparado com fubá, azeitonas, ovo cozido, peixe enlatado e ervilha, essa refeição remonta ao século 19 e é normalmente servida no formato de pudim. A apresentação visual do cuscuz “deve ter um efeito impressionante nos convidados para o jantar”, avalia o TasteAtlas. Mas definitivamente não no paladar, segundo a lista. É considerado um desvio do cuscuz berbere, do norte da África, e do cuscuz nordestino, receitas que datam antes do paulista. Os puristas, claro, torcem o nariz. Mesmo assim, o cuscuz paulista se tornou um patrimônio do Estado de São Paulo.